Um correspondente da AFP na província de Bassorá viu manifestantes bloquearem vias de acesso aos portos de Khor al-Zubair e Oum Qasr, assim como ao campo petrolífero de Ramailah, causando uma breve interrupção da atividade.
Um pouco depois um responsável portuário indicou que a estrada de Khor al-Zubair tinha reaberto, mas que a de Oum Qasr continuava fechada.
Khor al-Zubair é utilizado para algumas exportações de petróleo, mas também para importar hidrocarbonetos, enquanto que o porto de Oum Qasr é a principal porta de entrada no Iraque das importações de alimentos e medicamentos.
Nas últimas semanas os manifestantes cortaram a estrada de Oum Qasr por diversas vezes, causando atrasos nas operações de carga e descarga e forçando uma dúzia de navios a deixarem a carga noutro país.
Desde o início do mês, os cortes de estrada tiveram ainda impacto na transferência de petróleo do campo de Qayyarah, no norte do Iraque, para Khor al-Zubair.
O gabinete do primeiro-ministro advertiu que as forças de segurança “não permitirão” que os manifestantes se aproximem de infraestruturas chave.
Mais de 330 pessoas foram mortas desde o início dos protestos antigovernamentais a 1 de outubro em Bagdad e no sul do país.
Na praça Tahrir de Bagdad, epicentro da contestação, milhares de pessoas concentraram-se para exprimir a sua frustração persistente face às medidas propostas pelo governo.
O parlamento reuniu-se na terça-feira para discutir uma nova lei eleitoral e alterações ao nível da ajuda social, mas a multidão — constituída sobretudo por estudantes — é ainda maior hoje, indica a AFP.
Os manifestantes dividiram-se em três grupos que se dirigiram a três pontes para passarem para a margem ocidental do rio Tigre, onde se localizam edifícios governamentais e embaixadas.
Uma fonte da segurança disse à AFP que durante a noite alguns manifestantes também tentaram atravessar duas pontes e as forças de segurança dispararam gás lacrimogéneo para os dispersar.
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