"A julgar pelas fotos aéreas, parece que somos cerca de 250 mil aqui. Vamos ver se chega mais gente", anunciou no início da manifestação Mikulas Minar, membro de uma organização não-governamental que organizou o protesto.
Os manifestantes concentraram-se simbolicamente no local onde decorreram as gigantescas manifestações contra o regime totalitário em 1989 durante as quais o dramaturgo e dissidente Vaclav Havel, futuro presidente da República Checa, se dirigiu à multidão.
A manifestação, onde eram visíveis bandeiras europeias e checas, foi o culminar de uma série de protestos contra Babis, o segundo homem mais rico do país, iniciativas que decorreram em Praga e noutras cidades do país desde o fim de abril.
Apesar da contestação, o movimento populista ANO, liderado pelo primeiro-ministro, ganhou as eleições europeias.
"Babis, demissão!", "Tenho vergonha do meu primeiro-ministro", eram frases de alguns cartazes dos manifestantes.
Babis, de 64 anos, fundador do grupo agroalimentar Agrofert, foi acusado no ano passado de envolvimento num caso de alegado desvio de fundos euros no valor de dois milhões de euros.
Estaria também em situação de conflito de interesses devido às suas atividades políticas e negócios, de acordo com excertos dos projetos de relatório de auditoria da Comissão Europeia já publicados pela imprensa checa.
De acordo com os extratos divulgados, Babis continua a beneficiar da Agrofert, da qual se teria afastado formalmente em 2017, através de fundos controlados entre outros pela sua mulher.
O primeiro-ministro tem negado estar numa situação de conflito de interesses, considerando que as auditorias são "ataques" ao país.
Os adversários de Babis acusam-nos ainda de ter pertencido ao Partido Comunista antes de 1989 e de alegada colaboração com a polícia secreta do regime totalitário.
Os opositores exigem também a demissão da ministra da Justiça, Marie Benesova, suspeita de ter travado na justiça ações contra Babis.
Vencedor das legislativas de 2017, o movimento populista ANO, de Babis, apoiado por cerca de 30% dos eleitores, detém 78 dos 200 lugares da câmara baixa do Parlamento.
O Governo minoritário formado pelo ANO e pelo partido social-democrata CSSD é apoiado pelos comunistas.
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