"Eu diria que é uma procura de equilíbrio. Chamar a atenção, fazer um alerta mas não alarmar. Não alarmar nem radicalizar em termos restritivos. Penso que foi essa a ideia de equilíbrio da parte do Governo", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em Guimarães, no distrito de Braga, em declarações aos jornalistas à margem das comemorações da Batalha de S. Mamede.

O Conselho de Ministros decidiu, esta tarde, aplicar medidas de restrição a Lisboa, Albufeira e Sesimbra para fazer face ao aumento do número de casos positivos de Covid-19 naqueles concelhos, nomeadamente limitações no funcionamento de restaurantes, supermercados e na circulação de e para aqueles territórios.

"Eu diria que são medidas já esperadas, só num concelho, especificamente em Lisboa, não em concelhos vizinhos, e por outro lado são restritivas mas menos restritivas do que já foram e, por outro lado, abrindo aporta à flexibilidade para os que têm vacinação", considerou.

Apesar do recuo anunciado no desconfinamento para algumas zonas do país, Marcelo Rebelo de Sousa reforçou a mensagem de otimismo que havia dado no discurso durante a cerimónia na qual recebeu a Medalha de Honra da Cidade de Guimarães.

"Eu fiz um discurso de esperança, de confiança, porque é aquilo que eu penso. É o que eu penso, que neste processo há momentos de paragem pontuais, apesar de tudo a pais não é só Lisboa, nem é só o concelho de Lisboa. Nem são só os 22 concelhos mais afetados, o pais é mais amplo", respondeu, quando questionado sobre se mantinha a esperança que  Portugal começava hoje a vencer a pandemia causada pelo novo coronavírus.

"Olhando para o país há um caminho que está a ser feito, esse caminho tem autos e baixos pontuais, mas apesar de tudo também os números continuam a oferecer razões para a esperança. Temos aqui uma situação em que é preciso estar atento em alguns concelhos mas em termos globais não há razão para alarmismos generalizados", explicou.

Questionado sobre as declarações do presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, nas quais apelou a que os portugueses comparecem-se em força em Sevilha, Espanha, onde Portugal vai jogar o jogo dos oitavos de final do Euro2020, contra a Bélgica, Marcelo Rebelo de Sousa não apontou críticas.

"Eu acho que aquilo foi a expressão de uma ideia que nós percebemos que é os que puderem ir que vão para termos um apelo significativo à seleção, mas está implícito que respeitem as regras e que só vão Aquiles que possam ir, foi assim que eu li", declarou.

"Eu próprio que tinha dito ontem que gostava muito ir, pensei para comigo mesmo que eu só vou se o morador em Lisboa comum poder ir, se não poder ir, não vou", finalizou.