"Quero apenas anotar que realmente processualmente houve este passo, que é um passo importante", declarou Marcelo Rebelo de Sousa, em resposta aos jornalistas, à saída de uma iniciativa no Hub Criativo do Beato, em Lisboa.

O chefe de Estado salientou que este passo "acontece antes das eleições europeias e antes de um Conselho informal" e reiterou que na sua opinião seria "bom para Portugal e para a Europa" que António Costa viesse a presidir ao Conselho Europeu.

"A haver consenso e de acordo com o resultado das eleições. Parece que há um consenso muito alargado", acrescentou.

O Presidente da República referiu que António Costa foi ouvido "como suspeito, e não como arguido, portanto, a seu pedido, que tinha sido formulado e explicitado no dia em que deixou de exercer as funções de primeiro-ministro".

António Costa foi hoje ouvido pelo Ministério Público no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) no âmbito do processo Operação Influencer, sem que tenha sido constituído arguido, confirmou à Lusa fonte ligada ao processo.

A informação de que António Costa foi ouvido no DCIAP foi inicialmente avançada pelo jornal Expresso.

O Presidente da República foi questionado sobre esta notícia depois de ter participado no lançamento da organização não governamental (ONG) Mundu Nôbu, fundada por Dino D'Santiago e Liliana Valpaços.

 "Eu acabei de ler enquanto estava aqui nesta sessão de lançamento da ONG que isso aconteceu. Eu sempre achei que ia acontecer", começou por responder.

Ressalvando que não queria "comentar a tramitação do processo judicial", Marcelo Rebelo de Sousa recordou, a este propósito, que já tem defendido que seria bom ter António Costa como presidente do Conselho Europeu.

Desta vez, evitou repetir que esse cenário é agora "mais próvavel", como fez anteriormente: "Uma vez fiz uma declaração sobre isso e imediatamente houve quem caísse sobre mim".

Sem qualificar a notícia de hoje como "boa ou má", observou que "é uma notícia num processo que aguardava este momento há já vários meses".

O chefe de Estado realçou que António Costa foi ouvido "antes dos três meses" de prazo, acrescentando: "Quer dizer que quem conduz o processo entendeu que devia ser assim, eu não vou comentar isso. Entendeu que se justificava ser antes".

No plano europeu, assinalou que está prevista para 17 de junho uma reunião informal do Conselho Europeu sobre "eventuais nomes" para cargos institucionais, perante os resultados das eleições europeias.