"Eu peço uma salva de palmas para aqueles que falaram, porque isto é o 25 de Abril. Na ditadura eles teriam sido presos, levados para a cadeia, proibidos de falar e o Presidente da República não pediria uma salva de palmas para eles. É a diferença entre a democracia e a ditadura", disse Marcelo Rebelo de Sousa.

Os alunos manifestaram-se quando o chefe de Estado, no início da sua intervenção nesta palestra sobre o 25 de Abril de 1974, elogiou o Liceu Camões "pelo ativismo dos seus professores e dos seus estudantes", incluindo "o ativismo em matéria ambiental".

Ouvindo os protestos, Marcelo Rebelo de Sousa dirigiu-se de imediato à parte do pavilhão onde estavam esses alunos e entregou-lhes o microfone para que fossem ouvidos.

Três jovens falaram ao microfone, um por um, declarando que não se sentem representados por este Presidente da República.

Perante Marcelo Rebelo de Sousa, consideraram estar a falhar no combate às alterações climáticas, mas também na defesa dos jovens transexuais e condenaram afirmações que fez perante o representante diplomático da Autoridade Palestiniana.

Um dos jovens pediu "a toda a gente que não se sente representada por este Presidente da República para se levantar num protesto silencioso" e cerca de 20 alunos entre cerca de 800 levantam-se.

Depois, propôs ainda a esse grupo de alunos que abandonassem o pavilhão, o que não se verificou. Logo de seguida, o chefe de Estado retomou a palavra e pediu para os que falaram uma salva de palmas.