Marcelo Rebelo de Sousa discursava na cerimónia de entrega das espadas aos 39 novos oficiais do Exército, na Academia Militar, destacamento da Amadora, em Lisboa, altura em que saudou o Exército e apelou aos cidadãos para conheçam melhor "o papel único" das Forças Armadas.

Dirigindo-se aos novos oficiais, o Comandante Supremo das Forças Armadas salientou que o objetivo de serem melhores pessoas, cidadãos, militares ou líderes, dependerá também “da pátria e dos seus responsáveis”.

“A pátria, representada pelo poder político do Estado que tanto, e muito justamente, se orgulha de vós e dos vossos feitos, cá dentro e lá fora, tem que vos proporcionar estatuto e condições à altura do que vos pede e do que de vós vai receber”, defendeu o chefe de Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que “o reconhecimento, a admiração, o louvor por palavras são importantes, mas não o são menos o reconhecimento, a admiração e o louvor pelos factos”.

“E eles, às vezes, têm demorado demais a passar de promessas ou expectativas, a realidade”, acrescentou.

Sem se referir diretamente ao caso recente do 138.º Curso de Comandos do Exército, que levou a que um militar necessitasse de um transplante de fígado, Marcelo Rebelo de Sousa deixou um aviso aos novos oficiais.

“Agora começa a caminhada ao serviço de Portugal (…) com atenção à vossa saúde, para que excessos não controlados, vossos ou alheios, não tolham os vossos avanços”, disse.

Num discurso de cerca de dez minutos, Marcelo Rebelo de Sousa pediu ainda aos militares que tenham “sensibilidade para os gestos internos” que afetem o prestígio externo do ramo.

“Com permanente solidariedade e respeito às instituições e seus símbolos distintivos, que só fortalecem o vosso ânimo e sentimento de pertença. Com culto da excelência onde quer que ele seja imprescindível”, sublinhou.

O chefe de Estado apelou aos novos oficiais do Exército que apliquem estes valores nos vários cenários onde as Forças Armadas atuam.

“Na defesa das nossas novas fronteiras na Roménia, nas tarefas de Defesa mas também humanitárias na República Centro Africana, ou no Mali. Na prevenção e apoio ao combate a tragédias naturais cá dentro, como os fogos florestais, ou a pandemias universais, com vacinação também cá dentro e lá fora”, exemplificou.

O chefe de Estado salientou o treino que Portugal dá a exércitos “de países irmãos de língua oficial portuguesa” ou a aliados europeus, destacando o papel das Forças Armadas nas missões da Organização das Nações Unidas, da União Europeia e da NATO.

Marcelo avisou que o compromisso destes militares “é mais forte” mas também lhes dá “mais responsabilidade”.

“Tendes armas para os defender e defender as suas e as vossas vidas, mas sabeis que as armas devem servir a pátria, o Estado de Direito, a democracia, a liberdade, a igualdade, a justiça social”, sublinhou.

Marcelo Rebelo de Sousa apelou para que os militares sejam melhores líderes, dizendo que “um militar não precisa de ser comandante de posto ou de patente para ser líder de exemplo e de inspiração moral”.

“Ser-se dia após dia melhor pessoa, cidadão, militar, líder, dependerá da vossa vontade, do vosso caráter, da vossa personalidade, do vosso apego aos valores que jurais observar e promover”, frisou.

Na cerimónia estiveram presentes, entre outras personalidades, o Chefe do Estado-Maior do Exército, general Nunes da Fonseca, e o secretário de Estado da Defesa, Marco Capitão Ferreira.

A entrega das Espadas aos oficiais é tradicionalmente feita quando estes terminam o seu curso de formação e simboliza a autoridade conferida para a função de comando e liderança.

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