Na sessão de abertura de uma conferência da Ordem dos Economistas, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que a prioridade agora é "abreviar a guerra" na Ucrânia, "e evitando sempre o que pode enfraquecer economicamente aqueles, como a UE, que têm de manter o seu vigor até ao fim desta guerra e depois dela".

"Ou seja, como muito bem disse o senhor governador do Banco de Portugal: evitando precipitações em decisões monetárias neste ano de 2022, que, somadas aos sinais já existentes, agravariam o risco de alguma estagnação", prosseguiu o chefe de Estado, que discursou depois de Mário Centeno.

Recordando a "estagflação dos anos 70", Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou: "Para que haja mesmo crescimento sustentado no médio, longo prazo e, antes disso, vigor para esta guerra, talvez seja sensato começar por não acirrar mercados e alimentar riscos de estagflação".

O Presidente da República referiu que "assim o disse, e muito bem, o senhor governador do Banco de Portugal", Mário Centeno, e também, na quinta-feira, "na forma compromissória possível, o Banco Central Europeu (BCE)".

"Brincar com o fogo nunca foi muito inteligente, na economia como na política, em particular em tempos de guerra", advertiu.

A Federação Russa lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia, com invasão por tropas terrestres e bombardeamentos, que segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU) já causou mais de 500 mortos e provocou a fuga de 2,3 milhões de pessoas para fora do país.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender e durará o tempo necessário.

A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou em 02 de março uma resolução que condena a agressão russa contra a Ucrânia e apela a um cessar-fogo efetivo e imediato, com 141 votos a favor, 5 votos contra e 35 abstenções.

(Artigo atualizado às 12:52)