À margem de um encontro promovido pelo Palácio de Belém entre cientistas e alunos das escolas portuguesas, que hoje juntou numa ‘aula’ sobre inteligência artificial o cientista e presidente do Instituto Superior Técnico, Arlindo Oliveira, e alunos do ensino secundário, Marcelo Rebelo de Sousa não quis fazer grandes comentários sobre a auditoria que revela que os administradores do banco público receberam “remuneração variável” e “voto de confiança”, mesmo com resultados negativos, no período 2000-2015.
Questionado se considerava que a CGD ainda corria hoje riscos de má gestão como os apontados pela auditoria, o Presidente da República respondeu com a confiança das instituições internacionais no sistema financeiro português.
“Não queria fazer comentários, mas penso que se há um dado importante que tem sido reconhecido por instituições internacionais é a estabilização crescente do sistema financeiro português relativamente àquilo que viveu ainda há poucos anos e essa estabilização é reconhecida não apenas, nem sobretudo, por nós, mas por instituições credíveis internacionais”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.
Sobre a necessidade de um apuramento de responsabilidades em relação à gestão do banco público, que recentemente precisou de uma avultada injeção de capital, o chefe de Estado remeteu para o momento da apreciação e eventual promulgação do diploma que pretende obrigar à divulgação dos grandes devedores à banca.
“Isso há de chegar às minhas mãos. Vou ter de me pronunciar, vou esperar por esse momento”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.
Questionado ainda sobre as declarações do ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, que hoje no parlamento adiantou que o Governo vai disponibilizar 150 mil euros para sinalização de casos mais urgentes em termos de segurança e que referiu a necessidade de rever a legislação, o Presidente da República mostrou-se disponível para “fazer avançar” o processo.
“Se o Governo entender que é urgente haver legislação sobre essa matéria o Presidente da República é o primeiro a estar disponível promulgar e para isso fazer avançar a legislação que for considerada muito urgente”, disse.
A intervenção nas pedreiras foi desencadeada depois de em 19 de novembro o colapso de um troço da Estrada Municipal 255 para o interior de duas pedreiras contíguas em Borba (distrito de Évora) ter provocado cinco vítimas mortais.
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