"Só agora, há poucos anos, nos descobrimos uns aos outros. Malta está muito interessada em ir mais longe, em termos educativos, culturais, económicos e financeiros com Portugal. E nós estamos mais interessados porque começa a haver uma comunidade [portuguesa]", disse Marcelo Rebelo de Sousa em Fátima, no final da visita oficial da Presidente de Malta a Portugal.

Marcelo, que hoje acompanhou Marie-Louise Coleira Preca numa visita ao Santuário de Fátima, disse ter mostrado um documento à chefe de Estado maltesa que demonstrava que, no século XIX, havia apenas 20 portugueses em Malta.

"Depois de termos tido uma grande influência, havia 20 portugueses. De repente desapareceu a comunidade portuguesa e agora está a aumentar", enfatizou o chefe de Estado português.

Lembrou que ao longo dos séculos houve portugueses que "tiveram o poder político" na ilha mediterrânica, localizada cerca de 100 quilómetros a sul de Itália, numa alusão aos quatro grão-mestres da Ordem de Malta, que "construíram grandes monumentos" e "tiveram uma grande influência".

"Isto foi há muitos séculos e, de repente, houve uma quase inexistência de relações, houve exceções no século XIX e começo do século XX e foi preciso há 50 anos restabelecer as relações [após a independência do país em 1964]", argumentou Marcelo Rebelo de Sousa.

Em setembro do ano passado, aquando de uma visita à capital de Malta, Valeta, Marcelo Rebelo de Sousa contactou com um grupo de portugueses ali residentes, cerca de 20 pessoas que criaram uma associação de apoio à comunidade lusa.

Na altura, os portugueses colocaram bandeiras nacionais nas baias de proteção junto às quais ia passar o chefe de Estado e assim que Marcelo os viu cumprimentou-os a todos, tirou algumas fotografias e perguntou-lhes como é viver em Malta.