“A meta é para cumprir. É evidente que haverá sempre aqueles que queiram ficar na rua. Mas é uma minoria. A expetativa é de que a grande maioria tenha até 2023, na minha meta, ou até 2024, na meta do Governo, condições de saúde, habitação e empregabilidade para deixar a rua”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, depois de jantar, com vários sem-abrigo, bacalhau gratinado “à avó” e duas taças de gelatina na Associação dos Albergues Noturnos do Porto (AANP).
Para o PR, o problema dos 3.059 sem-abrigo identificados em Portugal “está a resolver-se aos poucos”, encontrando-se mais dificuldades na área da saúde, na qual é necessário “uma especialização e ir mais longe do que se tem ido na cobertura dos sem-abrigo”.
“Trabalhar com sem-abrigo na área da saúde implica as estruturas de saúde chegarem às pessoas e as pessoas irem, com alguma continuidade, às estruturas de saúde. É um problema sobretudo do ponto de vista psicológico, de formas de realização, de características de personalidade – o que tradicionalmente se chamava doenças mentais”, descreveu.
“Isso implica uma especialização e ir mais longe do que se tem ido na cobertura dos sem-abrigo”, explicou.
O PR, que chegou à AANP depois das 20:00, recebeu a senha 83 e esteve na fila para ser servido, tendo depois ocupado um lugar numa das mesas da sala de refeições, para jantar ao lado de vários sem-abrigo, com quem conversou animadamente.
Aos jornalistas, Marcelo lembrou que, “há um ano” estava a discutir-se a “estratégia para os sem-abrigo”, que já está aprovada.
“Depois discutiu-se o plano para estes próximos anos e está aprovado. Foi, entretanto, possível avançar com algumas iniciativas em relação à habitação. Limitadas, em colaboração com as câmaras, mas está a avançar”, assegurou.
Agora, está a “avançar-se para a parte da saúde e empregabilidade”, questões mais “complicadas”, segundo o PR.
De acordo com a agenda oficial do chefe de Estado, Marcelo vai ainda hoje, no Porto, acompanhar ações de rua com os Serviços de Assistência de Organizações de Maria (SAOM) e a Divisão Municipal de Ação Social da Câmara Municipal do Porto, nas ruas do Rosário, Júlio Dinis e Campo 24 de Agosto.
A Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas em Situação de Sem-Abrigo (ENIPSSA) 2017-2023 está orçada em 60 milhões de euros e engloba 15 objetivos, 76 ações e 103 atividades, incluindo medidas como o acolhimento residencial, o alargamento e integração na área da saúde e o incremento na criação de condições para a formação e emprego.
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