Começando por dizer aos jornalistas, em São João da Madeira (distrito de Aveiro) que não comenta “posições partidárias,” nem sobre temas internos nem sobre temas internacionais, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que a sessão parlamentar em que interveio o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky visou o povo ucraniano.
“A Assembleia da República, ao tomar esta iniciativa, não tomou certamente para olhar apenas para um homem, por muito importante e decisivo que ele seja, mas para um povo”, disse hoje aos jornalistas, à margem da cerimónia do centenário da Santa Casa da Misericórdia sanjoanense.
Frisando que foi essa a sua posição na nota publicada pela Presidência após a sessão parlamentar, Marcelo Rebelo de Sousa acabou por fazer um reparo à mesma.
“Disse ‘somos todos ucranianos’. Se quiser eu posso corrigir, somos quase todos ucranianos, há alguns que não são, mas a maioria esmagadora dos portugueses pensa aquilo que pensa o Presidente da República”, acrescentou.
O chefe de Estado português disse ainda que a Assembleia da República, o primeiro-ministro e o Governo comungam da mesma posição.
“Neste momento a luta dos ucranianos é uma luta nossa, dos portugueses”, concluiu, tendo já anteriormente lembrado que aplaudiu o discurso de Volodymyr Zelensky no parlamento.
O PCP não compareceu na sessão solene na Assembleia da República com a presença do Presidente da Ucrânia, na quinta-feira, por videoconferência, por considerar que Volodymyr Zelensky “personifica um poder xenófobo e belicista”.
Mais tarde, a líder parlamentar comunista, Paula Santos, considerou que a referência do Presidente ucraniano ao 25 de Abril de 1974 foi “um insulto”.
“A revolução de Abril foi feita para pôr fim ao fascismo e à guerra. É um insulto esta declaração [de Volodymyr Zelensky] que faz referência ao 25 de Abril. O 25 de Abril em Portugal foi para libertar e contribuiu para a libertação dos antifascistas. Na Ucrânia estão a ser presos”, argumentou a líder parlamentar comunista no parlamento.
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