Marcelo Rebelo de Sousa falava no último dia da sua visita de Estado a Espanha, numa sessão solene na Universidade de Salamanca, que celebra os seus 800 anos, no início da qual o coro universitário cantou "Acordai", com letra de José Gomes Ferreira e música de Fernando Lopes Graça.
A meio do seu discurso, quando falava da Europa, o chefe de Estado aproveitou o título daquela-canção heroica para lançar um apelo: "Acordai para a defesa da liberdade e dos direitos humanos, acordai para a crença no Estado de direito, acordai para a convicção nos valores da democracia".
"Temos, pois, de ter a coragem de defender a vitalidade destas ideias, que formam o rico património imaterial da Europa", acrescentou o Presidente da República, que na terça-feira fez um discurso nas Cortes Gerais de Espanha dedicado à democracia, defendendo que é preciso lutar por ela "todos os dias" e "recriá-la sem cessar".
Hoje, no final da sua intervenção em Salamanca, exaltou a sua "gloriosa universidade" e deixou "a última palavra" para o rei de Espanha: "Para agradecer o ser um símbolo excecional de unidade, de visão, de cultura e de humanidade que todos nós admiramos".
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, nesta visita de Estado de três dias, as autoridades portuguesas e espanholas reafirmaram "o valor de uma relação única que existe entre Portugal e Espanha".
O chefe de Estado congratulou-se por encerrar esta deslocação ao país vizinho "em Salamanca, em Castela e Leão, nesta universidade grande entre as grandes, numa região de fronteira, que, por sua vez, simboliza o encontro entre as terras de Portugal e de Espanha".
"No fim de uma visita de Estado realizada com emoção, volto a olhar para o futuro. Temos o dever de o erigir em conjunto, edificando-o com duas línguas de alcance global, reforçando ainda mais umas relações que alcançaram, nas últimas décadas, elevados umbrais de excelência", reforçou, em castelhano.
Acompanharam o Presidente da República nesta visita ao Reino de Espanha, dividida entre Madrid e Salamanca, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e os deputados Carla Barros, do PSD, Luís Testa, do PS, António Carlos Monteiro, do CDS-PP e Rita Rato, do PCP - o Bloco de Esquerda optou por não se fazer representar.
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