"É uma decisão naturalmente do eleitorado daquele país amigo, mas aquilo que nós podemos esperar é que seja um passo em frente no sentido da democracia, da moderação da Europa e da pacificação nas relações internacionais", acrescentou o chefe de Estado, no final de uma visita ao Comando Aéreo, no Parque Florestal do Monsanto, em Lisboa.
Questionado sobre as eleições de hoje nos Países Baixos, o Presidente da República começou por referir que se trata de um "país amigo, aliado e irmão na União Europeia" e disse também esperar uma "forte participação popular, porque uma das queixas é a falta de ligação entre governados e governantes".
Quanto ao relacionamento diplomático dos Países Baixos e outros Estados-membros da União Europeia com a Turquia, Marcelo Rebelo de Sousa voltou a apelar a "um apaziguamento", considerando que "tem de haver, de parte a parte, bom senso, mas é preciso também obviamente que a Turquia ajude".
"O fundamental é que haja um apaziguamento. Nós sabemos que há um referendo na Turquia, e sabemos que há atos eleitorais em vários países da União Europeia, e nessas fases há sempre uma radicalização própria da campanha eleitoral, mas o futuro da Europa e o futuro do mundo deve estar para além dessas campanhas de referendo ou de eleições", defendeu.
O Presidente da República argumentou que, "em tempo de referendo, a radicalização da mensagem pode ser tentadora para conquistar votos, mas a pacificação na Europa, a colaboração na Europa e a pacificação em termos mesmo mais amplos no mundo é mais importante do que uma campanha eleitoral, qualquer que ela seja".
Interrogado se compreende a atuação dos Países Baixos e da Alemanha, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que "esses países têm feito um esforço muito grande para defenderem os ideais democráticos e os ideais da União Europeia sem cortarem com um país que é um país que, tal como eles, integra a NATO e com o qual têm um acordo que é muito importante por causa dos migrantes e dos refugiados".
"É um equilíbrio difícil, o que eu espero é que passe rapidamente este período de campanha eleitoral, nomeadamente na Turquia, para deixar de se olhar para o clima de campanha eleitoral e se olhar para o que é fundamental nas relações entre os povos", acrescentou.
[Notícia atualizada às 15:27]
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