"Estamos consigo, apoiamo-lo como desde a primeira hora. E, como já tive ocasião de dizer: gostamos do Presidente e apoiamo-lo, ainda mais agora", declarou Marcelo Rebelo de Sousa.
Numa declaração na Sala das Bicas do Palácio de Belém, em Lisboa, tendo ao seu lado Juan Manuel Santos, que realiza hoje uma visita de Estado a Portugal, o Presidente da República Portuguesa enalteceu as relações bilaterais, destacando a evolução no plano económico.
"Em sete anos, foi possível construir uma relação de parceria e, mais que isso, uma relação de amizade. O Conselho Estratégico Luso-Colombiano que vai ser criado hoje, e que é o terceiro que nós temos para todo o mundo, é a prova desse caminho que fizemos em conjunto", considerou.
No seu entender, além de "construtor da paz", o atual Presidente da República da Colômbia, em funções desde 2010, tem sido igualmente "construtor de uma economia aberta e avançada e de uma justiça social ambiciosa".
Marcelo Rebelo de Sousa realçou a presença de "empresas portuguesas, estudantes portugueses, artistas portugueses" na Colômbia e de "artistas colombianas, desportistas colombianos, empresas colombianas, turismo colombiano - que se espera que vá crescendo" em Portugal.
Logo no início da sua intervenção, o chefe de Estado português referiu-se aos esforços do Presidente Juan Manuel Santos para pôr fim à guerra civil na Colômbia, defendendo que recebeu "muito justamente" o prémio Nobel da Paz em 2016, e que essa "é uma luta que continua".
"Portugal apoiou sempre essa luta, apoiou bilateralmente, apoiou na União Europeia, apoiou nas Nações Unidas - apoiou uma política e militarmente essa reconstrução", mencionou.
No final do seu discurso, adiantou que irá condecorar Juan Manuel Santos com o Grande Colar da Ordem da Liberdade, "pela luta pela paz, pela liberdade, pela democracia", condecorando também a sua mulher, María Clemencia Rodríguez, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
"Quando partir, sabe que o esperamos sempre aqui em Portugal, como amigo, e sabe também que o acompanhamos do fundo do coração nos últimos passos que vai dar para concretizar o processo de paz", acrescentou.
O Grande-Colar da Ordem da Liberdade é o mais alto grau desta ordem e é concedido pelo Presidente da República a chefes de Estado. Marcelo Rebelo de Sousa já o atribuiu aos presidentes de Moçambique, França, Chile, Cabo-Verde e Luxemburgo.
O Presidente português descreveu Juan Manuel Santos como "construtor da paz no mundo" e "amigo de todos aqueles que no mundo lutam pela paz, pela liberdade, pela democracia e pelos direitos humanos", e apontou-o como "exemplo de coragem, de persistência e de compreensão constante".
"Por isso, hoje mesmo, será homenageado, primeiro, numa prestigiada universidade portuguesa, como doutor honoris causa, e depois no parlamento, com a intervenção do primeiro Presidente eleito democraticamente em Portugal depois da Revolução de 1974, o Presidente António Ramalho Eanes", salientou.
Marcelo Rebelo de Sousa disse que se trata de "uma sessão única", porque "é a primeira vez que um antigo Presidente da República, e o primeiro deles, usa da palavra, intervém, numa sessão no parlamento, para homenagear quem merece essa homenagem".
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