Marcelo Rebelo de Sousa falava no Auditório Nacional, na cidade da Praia, numa sessão solene da Assembleia Nacional de Cabo Verde, onde se encontra em visita de Estado.
“Hoje, nesta casa da democracia, não posso deixar de prestar, também eu, a minha homenagem à democracia cabo-verdiana, pela saga da luta pela independência e pela sua consolidação, pela transição pacífica para o multipartidarismo, pelo respeito pela vontade popular em cada pleito, pelas sucessões pacíficas de governo, pelo papel essencial das oposições, pelo livre debate de ideias”, declarou.
O chefe de Estado português elogiou ainda a democracia cabo-verdiana “pela convivência pacífica entre os diferentes órgãos de soberania, pelo respeito da separação de poderes, pela garantia dos direitos pessoais e políticos dos cidadãos, pela salvaguarda dos direitos económicos, sociais e culturais, que dão uma salutar dimensão mais progressista e mais humanista à democracia”.
As palavras de Marcelo Rebelo de Sousa suscitaram uma salva de palmas da assistência, composta por deputados, membros do Governo de Cabo Verde e representantes do corpo diplomático.
“Em suma, queria aqui hoje homenagear a cultura democracia que faz hoje parte da cultura e da política cabo-verdiana, e que faz de Cabo Verde um exemplo, não apenas no seu contexto regional africano, mas muito para além dele”, acrescentou o Presidente português.
No seu entender, “o exemplo singular de Cabo Verde” deve ser sublinhado, “numa época em que estes valores da democracia e da liberdade estão em risco em tantas partes do mundo”, e dado a conhecer.
Nesta intervenção, de vinte minutos, Marcelo Rebelo de Sousa disse que Portugal e Cabo Verde estão ligados por séculos de história comum, “um passado sem complexos de superioridade ou de inferioridade, para um lado ou para o outro”, e têm hoje “uma relação entre duas democracias modernas”, ambas “abertas a diferentes culturas e civilizações”.
“A partilha destes valores entre os nossos países faz com que a voz de Portugal no mundo seja também uma voz de Cabo Verde. Tal como sabemos que a voz de Cabo Verde é sempre a voz de Portugal, nunca deixando de salientar as virtualidades da democracia”, considerou.
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