Marcelo Rebelo de Sousa assumiu esta posição na cerimónia de partida dos 222 militares portugueses da força nacional que participará numa missão de dissuasão e de defesa da NATO, no aeroporto de Figo Maduro, em Lisboa.

Uma cerimónia que contou com a presença da ministra da Defesa, Helena Carreiras, do chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, almirante António Silva Ribeiro, e dos chefes do Estado-Maior do Exército, Armada e Força Aérea.

Num breve discurso, Marcelo Rebelo de Sousa, Comandante Supremo das Forças Armadas, salientou a importância desta missão da NATO que esta força militar destacada vai cumprir na Roménia no contexto da guerra na Ucrânia.

“É uma missão já prevista e agora consolidada, projetada e reforçada num país amigo, aliado – a Roménia - no quadro de uma aliança defensiva e não ofensiva. Uma aliança que não ataca, que está preparada para prevenir, preservar e defender a paz. É essa também a vossa missão”, sustentou o Presidente da República.

Na sua intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que, “em conjunto com o país irmão da Roménia, a força nacional estará presente para prevenir e preservar a paz com a capacidade, competência, espírito de corpo, a alma, a coesão, a disciplina, a partilha e solidariedade próprias dos militares portugueses”.

“Onde quer que nós vamos somos sempre dos melhores dos melhores, e assim será na Roménia e assim Portugal vos acompanhará, como tem acompanhado todas as forças nacionais destacadas”, advogou.

A seguir, o Presidente da República avançou um dado sobre a agenda que o primeiro-ministro, António Costa, cumprirá em breve.

Dirigindo-se aos militares portugueses, declarou: “O próprio senhor primeiro-ministro estará convosco dentro de um mês e eu também tenciono estar dentro de dois ou três meses, assim como depois no vosso regresso”.

“Regressareis mais ricos de experiência, mais completos, mais realizados, podendo dizer às vossas famílias aqui presentes como estais a servir Portugal, serenamente, conscientes das vossas qualidades, da vossa formação e do valor da unidade de onde vindes”, frisou o chefe de Estado.

O contingente partiu para a Roménia – país fronteiriço com a Ucrânia - ao abrigo da missão 'Tailored Forward Presence' da NATO que visa contribuir "para a dissuasão e defesa da Aliança no seu flanco sudeste".

O plano das Forças Nacionais Destacadas para 2022 já previa o envio para a Roménia de um contingente de militares no segundo semestre do ano, tal como aconteceu em 2021, contudo, este calendário foi antecipado, numa altura de conflito entre a Ucrânia e a Rússia.

No passado dia 8, no Regimento de Infantaria (RI) 14, em Viseu, o chefe do Estado-Maior do Exército, general José Nunes da Fonseca, realçou o “reduzido tempo” em que foi aprontada a primeira força nacional destacada para a Roménia.

“A primeira força nacional destacada para a Roménia foi aprontada em circunstâncias excecionais”, disse Nunes da Fonseca, lembrando que “a projeção de uma companhia de atiradores mecanizada no âmbito da 'Tailored Forward Presence' estava planeada para o final de 2022”, mas o conflito na Ucrânia “implicou a antecipação da projeção desta subunidade”.

Em 22 de março, no Campo Militar de Santa Margarida, em Constância (Santarém) no final de uma demonstração tática da Companhia do Exército que vai partir agora para a Roménia, o primeiro-ministro reiterou que os militares portugueses não vão atuar na Ucrânia.

“Perante a atual agressão da Rússia à Ucrânia, a NATO entendeu reforçar a sua presença na frente Leste e criar novos grupos de combate, designadamente na Roménia, e Portugal vai como sempre responder presente àquilo que nos é solicitado, que é empenhar os nossos meios, as nossas forças, na capacidade de reforçar a dissuasão para defender a paz no território da NATO”, disse António Costa.

No dia da invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro, o Conselho Superior de Defesa Nacional reuniu de urgência e deu parecer favorável, por unanimidade, a propostas do Governo para a eventual participação de meios militares portugueses em forças de prontidão da NATO e previa a antecipação do envio de militares portugueses para a Roménia.