Questionado sobre a eventual reabertura das escolas, Marcelo Rebelo de Sousa deixou o anúncio da decisão para António Costa, mas deu sinal de que a haver uma reabertura esta não acontecerá no mês de abril.

"Será o senhor primeiro-ministro a dizer no dia 9 de abril [se as escolas vão reabrir]. Mas daquilo que disseram os especialistas, a opção a fazer é ganhar em abril o mês de maio". Ou seja "manter o atual esforço [de contenção] no mês de abril".

Questionado sobre uma retoma no mês de maio, Marcelo Rebelo de Sousa disse que "se os portugueses forem capaz de manter esta dedicação cívica no mês de abril, isso facilitará ver a luzinha [ao fundo do túnel] no mês de maio. O esforço dos portugueses está a dar resultado e isso aumenta a nossa confiança", assumiu o Presidente.

Estas declarações de Marcelo vão ao encontro do que já hoje tinha partilhado em entrevista à Antena 1, onde admitiu que não antevia uma "descompressão" ainda no mês de abril.

Marcelo Rebelo de Sousa manifestou-se nesta entrevista contra "uma descompressão durante o mês de abril", sendo que o estado de emergência vigora até ao dia 17, mas deixou em aberto se "no mês de abril a compressão tem de ser toda igual, sim ou não".

"Isso é uma coisa que será apreciada quando terminar este período de renovação do estado de emergência. Veremos", declarou.

Marcelo falou agora sobre a questão das escolas no final da III Sessão de apresentação sobre a “Situação epidemiológica da Covid-19 em Portugal”, no Infarmed.

A sessão, fechada à comunicação social, contou ainda com a participação do presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, do primeiro-ministro, António Costa, dos líderes dos partidos políticos com representação parlamentar, dos líderes das confederações patronais, dos líderes das estruturas sindicais e dos Conselheiros de Estado por videoconferência;

As apresentações técnicas da sessão foram efetuadas por epidemiologistas da DGS (Direção-Geral da Saúde), do INSA (Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge), do ISPUP (Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto) e da ENSP (Escola Nacional de Saúde Pública).

Os primeiros casos confirmados em Portugal foram registados no dia 2 de março de 2020.

No dia 16 de março, o Governo determinou o encerramento das escolas.

A 17 de março, o Governo declarou o estado de calamidade pública no concelho de Ovar, que a partir do dia seguinte ficou sujeito a cerco sanitário com controlo de fronteiras e suspensão de toda a atividade empresarial não afeta a bens de primeira necessidade. A medida foi, entretanto, prolongada até 17 de abril.

O país está desde as 00:00 de 19 de março em estado de emergência, prolongado igualmente até às 23:59 do dia 17 de abril.

A medida proíbe toda a população de circular fora do seu concelho de residência entre 9 e 13 de abril, para desincentivar viagens no período da Páscoa.

Segundo o boletim hoje publicado, Portugal registou até ao momento 12.442 casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus, 345 óbitos (um aumento face aos 311 ontem divulgados) e 184 recuperações (também aqui se registou um aumento face às 140 ontem divulgadas).