"Eu disse que não me pronunciaria sobre a matéria e não me vou pronunciar até ao termo do processo. Como Presidente da República não posso. Vou esperar o que a Assembleia [da República] votar e, se eventualmente, vier às minhas mãos um diploma, pronunciar-me-ei. Não me pronuncio porque era uma forma de me pronunciar", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado falava aos jornalistas após a cerimónia de entrega de prémios da Associação Portuguesa de Museologia (APOM) de 2018, em Lisboa e que consagrou, entre outras entidades distinguidas, o Museu Metalúrgica Duarte Ferreira, no Tramagal (Abrantes) como "melhor do ano".

Além de evitar a temática da morte assistida, cujas iniciativas legislativas de PAN, BE, PS e PEV vão a debate e votação nominal no parlamento terça-feira, o Presidente da República recorreu ao cargo para também declinar partilhar expectativas face à reunião magna socialista que começa hoje na Batalha, Leiria, e se estende até domingo, consagrando o atual primeiro-ministro, António Costa, mais uma vez, como secretário-geral do PS.

"Não formulo opiniões sobre congressos partidários. Naturalmente, o Presidente da República acompanha sempre tudo o que é a atividade política nacional, mas não tem opinião, não deve exprimir-se, sobre reuniões partidárias", disse.

Questionado sobre algumas polémicas recentes entre o universo da política e o da Justiça, com diversos casos de investigações judiciais, Marcelo Rebelo de Sousa reiterou que "não cabe ao Presidente da República estar a pronunciar-se sobre o funcionamento de outros órgãos de soberania", mas relevou a importância dos partidos políticos.

"Quanto mais forte for o sistema partidário e os partidos, menos vazios há e menos populismos, menos xenofobias, menos movimentos inorgânicos. Em geral, tudo o que seja vitalidade e dinamismo dos partidos e dos parceiros económico-sociais é bom para o país", considerou.