“Temo que o diálogo possa ser uma enorme farsa”, disse Marisa Matias, acrescentando que os comissários europeus Corina Cretu (Política Regional) e Jyrki Katainen (Crescimento, Emprego e Investimento) “estão aqui para comprovar uma decisão que já está tomada” e não alteraram o discurso desde o início da audição pública com os eurodeputados.
A eurodeputada do BE disse ainda que “Portugal e Espanha estão a pagar as consequências da autoridade estúpida”.
O comissário Kaitanen, acusou, “fala de suspensão de fundos como um incentivo, gostava de saber o que significa incentivo e sanção na linguagem da Comissão Europeia”, que acusa de ser “carrasco do projeto europeu”.
A audição pública dos comissários com os eurodeputados da comissão de Assuntos Económicos e a do Desenvolvimento Regional faz parte do ‘diálogo estruturado’, no âmbito do qual o Parlamento Europeu tem um papel consultivo na decisão de congelamento de fundos.
O Parlamento Europeu (PE) discute com a Comissão Europeia, à margem da sessão plenária e pela primeira vez, a possível suspensão de fundos estruturais a Portugal e Espanha, no chamado ‘diálogo estruturado’, com caráter consultivo.
No quadro do processo de sanções lançado contra os dois Estados-membros por falta de ações efetivas para correção dos respetivos défices, a Comissão acabou por recomendar, a 27 de julho passado, a suspensão de multas a Portugal e Espanha – decisão confirmada a 8 de agosto pelo Conselho Ecofin (ministros das Finanças dos 28) -, mas segue o processo automático de congelamento parcial de fundos.
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