O projeto de lei, que foi elaborado com grande discrição, já que não figurava na agenda de debates políticos, foi hoje aprovado em Conselho de Ministros pelo rei Mohamed VI, e deverá em seguida passar aos trâmites parlamentares.

Não foram divulgados mais pormenores, exceto que o serviço militar será de 12 meses e que estarão isentos os jovens com deficiência e aqueles que tenham uma família completa a seu cargo, mas não os estudantes, que o cumprirão no final dos respetivos cursos.

O comunicado do Conselho de Ministros marroquino explica que o restabelecimento do serviço militar tem como objetivo “reforçar o sentido de cidadania nos jovens” e que “abre caminho à integração na vida profissional e social”.

O documento não explica como vai ser aplicado um projeto de tal envergadura, com tudo o que implica em termos logísticos e financeiros, sobretudo quando os próximos orçamentos não contavam com este novo item.

O diário digital le360.ma, próximo do palácio real, assegura que o plano do Governo é incorporar os primeiros jovens deste novo serviço militar em outubro deste ano e acrescenta que haverá uma pena de seis anos de prisão para os jovens que tentarem escapar a esta nova obrigação.

O serviço militar já foi obrigatório em Marrocos entre 1965 e 2007, ano em que foi suprimido para o país passar a ter um exército profissional, invocando-se então a elevada despesa de alojar, alimentar e equipar todos os jovens em idade militar.

Atualmente, o exército marroquino tem 198.000 efetivos e representa para o Estado um gasto de 3.400 milhões de dólares, segundo os dados do estudo internacional sobre poder militar Global Firepower.

A notícia do novo serviço militar, do qual praticamente ninguém tinha ouvido falar até esta semana, foi recebida de forma muito diversa nas redes sociais e fóruns da internet: para os seus apoiantes, será uma boa ocasião de ensinar disciplina e valores cívicos aos jovens; para os seus críticos, é um passo na direção contrária ao rumo do mundo atual.