Em declarações aos jornalistas em Bruxelas à margem de uma reunião de ministros dos Assuntos Internos da União Europeia, José Luís Carneiro começou por manifestar “pesar pela vítima mortal desta intempérie que se abateu sobre várias regiões do país, e muito particularmente sobre a Área Metropolitana de Lisboa”.
Pouco depois de a secretária de Estado da Proteção Civil ter lançado um apelo à população para se manter o mais possível em casa, também o ministro da Administração Interna quis “deixar uma mensagem de pedido de responsabilidade a todas e a todos”.
“Nas próximas horas, são expectáveis condições climatéricas equivalentes, e é por isso muito importante que todas as cidadãs e que todos os cidadãos cumpram as recomendações das autoridades, procurando também constituírem elementos ativos da proteção civil que somos todos nós”, disse.
Questionado sobre críticas a um alegado atraso do alerta vermelho lançado pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o ministro comentou “somente o IPMA, que é uma instituição fundamental para a boa cooperação com a Proteção Civil, poderá responder tecnicamente a essa pergunta”, mas, assinalando que “a Proteção Civil atua em função dos níveis de alerta”, recordou que, a 04 de dezembro [domingo passado] houve um primeiro alerta em função do nível de gravidade desse alerta”.
Segundo José Luís Carneiro, “todas as forças e serviços foram acionados assim que houve conhecimento da gravidade daquilo que foi uma intempérie que se abateu sobre estas cidades na Área Metropolitana de Lisboa”.
“A Proteção Civil no dia 04 de dezembro fez o primeiro alerta à população. Depois, ontem mesmo, eram oito da noite [20:00], fez mais uma comunicação pública, como é do conhecimento de todos. Às 10 e meia da noite [22:30], estava a comunicar, e julgo que por volta da meia-noite e meia hora [00:30] estava de novo a comunicar à população as necessidades que era necessário ter, desenvolver, e as cautelas que é necessário desenvolver”, reforçou.
O ministro acrescentou que a Proteção Civil também deu conta da “disponibilidade para colaborar com as autarquias e com os sistemas municipais de proteção civil, porque, como bem sabemos, a proteção civil é feita de várias camadas de responsabilidade, e diria que todas as camadas de responsabilidade se mobilizaram, cooperando para dar resposta aos cidadãos”.
José Luís Carneiro transmitiu igualmente “apoio e solidariedade aos autarcas que viveram nas últimas horas momentos muito difíceis e que, em articulação com as forças e os serviços de proteção civil, tentaram dar resposta célere aos problemas que foram sendo diagnosticados no decurso da noite e no decurso desta manhã”.
O ministro deixou ainda “uma palavra de disponibilidade”, que revelou ter já deixando hoje de manhã, muito cedo, junto da presidente da Área Metropolitana de Lisboa, do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, e vários autarcas, designadamente de Cascais, Odivelas, Sintra e Loures, no sentido de que “podem continuar a contar com todos os esforços das forças de segurança e de proteção civil”, para se poder “remover todos os obstáculos e criar todas as condições para que se retome a vida na sua plenitude”.
O mau tempo registado em Portugal na última noite provocou um total de 1.977 ocorrências, destacando-se o distrito de Lisboa com 913, anunciou hoje Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.
Em conferência de imprensa esta manhã em Carnaxide (Lisboa), da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) para fazer o ponto da situação sobre o mau tempo em Portugal, André Fernandes, referiu que os dados que indicou são “provisórios", porque ainda há cerca de “200 ocorrências em aberto”.
Nos municípios mais afetados", temos 12 no total, especificamente na região da Grande Lisboa, quer na margem esquerda, quer na margem direita do Tejo, ou seja, distrito de Lisboa e distrito de Setúbal", disse.
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