Um dos lojistas alertados pela Proteção Civil para a subida do nível das águas adiantou à Lusa que aquele organismo prevê que àquela hora se atinja o pico da maré.

A margem de Vila Nova de Gaia, ligeiramente mais alta do que a do Porto, deverá ser galgada pelas águas do douro muito brevemente.

Desde as 16:30 que uma equipa da Proteção Civil está a avisar todos os comerciantes da Ribeira do Porto para a subida do nível das águas do rio.

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A previsão avançada ao final da manhã pela Capitania do Porto de que a situação poderia piorar começa a confirmar-se, apesar da aparente indiferença dos turistas que continuam a passear ou simplesmente mantêm-se nas poucas esplanadas ainda abertas.

Cerca das 17:30, nas poucas esplanadas ainda abertas na Ribeira, os donos começaram a informar os clientes de que iriam encerrar devido ao avanço das águas do Douro, facto que surpreendeu alguns turistas que tinham acabado de chegar para lanchar.

Um desses estabelecimentos foi o Café do Cais, onde a esplanada quase cheia começou, lentamente, a ficar livre para que se pudesse arrumar tudo antes da chegada da água.

"Estamos com o coração nas mãos desde ontem [quarta-feira]”, disse à Lusa Paulo Figueiredo, responsável do café situado a menos de 10 metros de um rio cujas águas corriam veloz rumo à foz.

E prosseguiu: "Aos 51 anos, sempre a viver no Porto, pensava que já não iria voltar a enfrentar isto, mas o que se há de fazer", antecipando-se à pergunta sobre quem é o culpado, se o homem ou o clima, afirmando "só posso culpar a Elsa [depressão]".

Enfatizando o "poder da natureza", o gerente agradeceu a "forma pronta como a Proteção Civil" tem alertado para as situações de cheia desde o início do alerta vermelho.

Cerca de 50 metros ao lado, no Restaurante Mercearia a azáfama era a de arrumar tudo, contando à Lusa Mário Ferreira, num pátio onde já não estava a habitual esplanada montada, que "agora é esperar para ver"

"Fiz o possível para minimizar os riscos depois de nos ter sido dito que até às 22:30 o rio subirá entre um metro e um metro e meio. Tem de ser assim, pois as seguradoras não querem nada connosco", lamentou o responsável do restaurante.