Na página de Internet do sistema de monitorização espanhol da bacia do rio Guadiana, consultado pela agência Lusa, era possível constatar que, às 18:20, estavam a passar mais de 2.200 m3 por segundo (m3/s) pelo açude de Badajoz e a entrar na albufeira do Alqueva.

O mesmo sistema, designado Sistema de Informação de Redes Automáticas (SIRA) da Bacia do Guadiana, da Confederação Hidrográfica do Guadiana, tem vindo a mostrar, nas últimas horas, uma tendência crescente da quantidade de milhares de m3/s que estão a entrar no Alqueva.

Contactada pela Lusa, fonte da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), confirmou que essa água vinda de Espanha “está a aumentar”.

Este facto deve-se, não só a “duas ou três pequenas barragens” do lado de lá da fronteira que abriram comportas, uma vez que “as grandes barragens espanholas ainda têm muita capacidade” para encher, mas “sobretudo devido às escorrências provocadas pelas chuvas para a bacia do rio Guadiana”.

E os efeitos na albufeira já se fazem notar, acrescentou a mesma fonte: “O Alqueva já encaixou mais 175 milhões de metros cúbicos de água, com estas últimas chuvas”, ou seja, “nesta última semana e com maior relevância para o dia de hoje”.

A fonte da EDIA indicou que, às 15:00 de hoje, a barragem estava à cota 145.72, enquanto, no passado dia 09 deste mês, situava-se na cota 144.18, o que significa que “subiu cerca de 1,5 metros de altura, o que é muita água”.

“Mas, ainda faltam alguns metros para que se atinja a cota 152”, a máxima da barragem do Alqueva, disse.

Na sua capacidade total de armazenamento, de 4.150 milhões de metros cúbicos de água, à cota de 152, Alqueva é o maior lago artificial da Europa, com uma área de 250 quilómetros quadrados e cerca de 1.160 quilómetros de margens.

Há 20 anos, em 08 de fevereiro de 2002, fecharam-se as comportas da barragem e começou o enchimento da albufeira do Alqueva, que já atingiu o pleno armazenamento por quatro vezes e fez três descargas controladas.

A chuva intensa e persistente que caiu de madrugada causou hoje centenas de ocorrências, entre alagamentos, inundações, quedas de árvores e cortes de estradas nos distritos de Lisboa, Setúbal e Portalegre, onde há registo de vários desalojados.

Na zona de Lisboa a intempérie causou condicionamentos de trânsito nos acessos à cidade, que levaram as autoridades a apelar às pessoas para permanecerem em casa quando possível e para restringirem ao máximo as deslocações.

(notícia corrigida às 20h25)

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