Chuva provoca mais de 120 inundações no Alentejo

A chuva forte que caiu hoje no Alentejo provocou, até às 20:30, mais de 120 inundações em diversos concelhos dos distritos de Évora, Beja e Portalegre, sobretudo em vias públicas e habitações, disseram fontes da Proteção Civil.

Fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Évora indicou à agência Lusa que no distrito ocorreram 49 inundações, em diversos concelhos, sobretudo em Vila Viçosa, Borba, Reguengos de Monsaraz, Mourão e Évora.

No distrito de Évora, estiveram envolvidos nas operações 193 elementos dos bombeiros, serviços municipais de proteção civil e GNR.

Segundo o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Beja, no distrito foram registadas 47 inundações, nos concelhos de Moura, Serpa, Barrancos e Beja.

A mesma fonte adiantou que o concelho de Moura foi o mais afetado, onde ocorreu uma “derrocada parcial do telhado de uma habitação”.

No distrito de Portalegre, de acordo com o Comando Distrital de Operações de Socorro, houve 27 inundações, em diversos concelhos, com “maior incidência”, nos concelhos de Avis e Ponte de Sor.

A fonte do CDOS de Portalegre indicou ainda que no distrito foram registadas 47 ocorrências relacionadas com o mau tempo.

Nos três distritos foram também registadas algumas quedas de árvores.

Todos os distritos de Portugal continental estão hoje e na quarta-feira sob aviso amarelo, devido à previsão de aguaceiros, por vezes fortes, de granizo, acompanhados de rajadas de vento forte e trovoadas, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

O aviso amarelo para os 18 distritos do continente vai estar em vigor até às 12:00 de quarta-feira.

O aviso amarelo é emitido sempre que há risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.

O IPMA prevê “muita instabilidade” até quinta-feira, com “precipitações localmente fortes”, particularmente em Leiria, Lisboa e Setúbal.

De acordo com o instituto, “são expectáveis precipitações localmente fortes, com impactos significativos, em particular em meios urbanos, onde há risco de cheias rápidas, e na circulação rodoviária”.

Esta situação ocorre “devido à aproximação de uma depressão a Portugal continental com expressão em altitude, à qual estão associadas massas de ar tropicais, instáveis e com elevados conteúdos em vapor de água”.

Setenta ocorrências registadas hoje no distrito de Leiria

Setenta ocorrências relacionadas com o mau tempo foram registadas entre as 00:00 e as 16:30 de hoje no distrito de Leiria, disse à agência Lusa fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS).

“Neste momento, o balanço que fazemos, das 00:00 até às 16:30, é que houve um total de 70 ocorrências, com 204 elementos envolvidos”, afirmou a mesma fonte.

Segundo o CDOS, “as ocorrências de maior relevo são inundações – 60 neste período -, quedas de árvores, movimento de terras e limpeza de vias”.

“Os concelhos mais afetados são Leiria, Alcobaça e Marinha Grande”, referiu a fonte, salientando que “não há vítimas”, mas há “danos materiais que ainda não estão contabilizados”.

Fonte do Serviço Municipal da Proteção Civil de Leiria adiantou que no concelho “houve algumas ocorrências na freguesia da Maceira, com algumas habitações e empresas a registarem inundações”.

“Tivemos ainda situações pontuais na cidade. Os casos reportados não são graves, e estamos a monitorizar e a acompanhar a situação”, declarou esta fonte.

No concelho de Alcobaça, a freguesia de Pataias foi das mais afetadas, com os bombeiros a contabilizarem 11 ocorrências durante a tarde, disse à Lusa o comandante dos bombeiros, Leandro Bernardino.

"A maior parte das chamadas foi para garagens inundadas e vias públicas obstruídas, mas registaram-se também inundações em dois restaurantes, nas praias da Parede e Pedra do Ouro", afirmou.

De acordo com o mesmo responsável, há apenas danos materiais e às 17:00 estavam ainda no terreno 15 operacionais apoiados por sete veículos.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera colocou o distrito de Leiria sob aviso laranja até às 18:00, prevendo “aguaceiros, por vezes fortes, de granizo e acompanhados de trovoada e de rajadas de vento forte”.

Entre as 18:00 e as 21:00 o aviso passa a amarelo, o mesmo que estará em vigor na quarta-feira entre as 09:00 e as 18:00.

Inundações deixam cinco pessoas desalojadas em Alenquer

Cinco pessoas ficaram hoje desalojadas na Aldeia Galega da Merceana e Aldeia Gavinha, em Alenquer (Lisboa), na sequência da forte precipitação que se fez sentir durante a tarde, disse à agência Lusa o comandante dos Bombeiros Voluntários locais.

De acordo com Nuno Santos, pelo menos três habitações ficaram inundadas, das quais uma “em estado grave”, desalojando cinco pessoas.

À Lusa, o comandante dos Bombeiros Voluntários de Merceana adiantou que as pessoas foram encaminhadas para casas de familiares.

Observando várias inundações ocorridas naquela localidade de Alenquer e nas proximidades, Nuno Santos afirmou, pelas 22:30, que os trabalhos de limpeza e socorro já estava a ser terminados.

“Estamos na fase final de limpeza de vias, estradas e no apoio das limpezas das habitações”, sustentou.

Segundo Nuno Santos, estiveram mobilizados 49 operacionais, apoiados por 15 viaturas, nas ocorrências registadas hoje na Aldeia Galega da Merceana e Aldeia Gavinha.

Chuva intensa causa inundações em ruas, empresas e estabelecimentos de Ovar

As chuvas intensas que se registaram esta tarde em Ovar causaram inundações em várias ruas, estabelecimentos comerciais e empresas, revelou hoje fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Aveiro.

“Os bombeiros estão a trabalhar na Avenida 16 de Maio e na Rua José Macedo Fragateiro”, referiu como exemplo essa autoridade da Proteção Civil, ao que o comando dos Bombeiros Voluntários de Ovar acrescentou ainda outros casos na zona industrial da cidade e em artérias como a Avenida do Brasil, a Rua Conselheiro Arala Chaves e a Rua Júlio Dinis.

Na zona da Ponte Nova também há artérias mais pequenas afetadas, sendo que, na generalidade dos casos, os problemas se prendem com “ruas alagadas devido a um grande acumular de água”, do que vêm resultando inundações de maior ou menor dimensão em diferentes tipologias de edifícios.

“Temos algumas ruas completamente interditadas ao trânsito e outras ficaram com limitações de circulação porque têm lençóis de 10 centímetros de água e isso é suficiente para causar acidentes com relativa gravidade”, explica o comandante João Mesquita.

Esse excesso de água tem escoado para espaços interiores, entre os quais o edifício com mais problemas será o 'cash and carry' Malaquias, que a meio da tarde fechou portas ao público depois de a chuva ter causado um rombo no telhado dessa grande superfície de revenda e danificado o respetivo sistema informático.

“Mas não há ninguém em perigo”, garante João Mesquita, realçando que os bombeiros estão desde as 17:00 a proceder ao “reencaminhamento das águas e à verificação de sarjetas”, para assegurar a devida desobstrução.

O comandante deixa, contudo, um alerta: “É muito importante nesta altura do ano que as pessoas garantam a limpeza de algerozes, sarjetas e outras estruturas de escoamento, e também que estejam atentas aos avisos meteorológicos, para saberem com o que contar e poderem agir com a devida cautela”.

Infiltrações de água fecham Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco

O Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco (CCCCB) está encerrado ao público, por tempo indeterminado, devido à entrada de água no piso zero do edifício, fruto da chuva intensa que se fez sentir na cidade.

“A cobertura da pista de patinagem no exterior CCCCB sofreu danos que vamos agora contabilizar e no interior do edifício surgiram algumas infiltrações de água, que acabaram por inundar o piso zero”, afirmou hoje à agência Lusa, o presidente da Câmara de Castelo Branco.

José Augusto Alves sublinhou que o município vai agora fazer uma inspeção e avaliação dos danos provocados naquela infraestrutura cultural de Castelo Branco.

“Não queremos correr riscos. Só após uma inspeção minuciosa é que o CCCB irá reabrir”, frisou.

O autarca adiantou que atualmente não havia nenhuma exposição no piso zero do CCCCB.

“Felizmente, não estava lá nenhuma exposição. Caso contrário as obras poderiam ser afetadas”, disse.

A precipitação intensa que se fez sentir no final da tarde de segunda-feira, em Castelo Branco, provocou várias inundações um pouco por toda a cidade.