“Temos muitos londrinos de origem portuguesa, eles têm um sentimento de pertença a Londres, ao Reino Unido e a Portugal, e essas amizades são muito importantes. Tenho muita vontade de trabalhar com o presidente da Câmara de Lisboa”, afirmou hoje à agência Lusa, à margem da conferência das Nações Unidas sobre o clima (COP26), em Glasgow.
Empossado há duas semanas, Carlos Moedas disse querer assumir o pelouro da transição energética e alterações climáticas e trabalhar em rede e em parceria com outras grandes cidades do mundo.
Sadiq Khan é atualmente o presidente do C40, uma rede de cerca de 100 grandes cidades, incluindo Lisboa, e muitos dos seus membros reuniram-se em Glasgow, onde decorre a 26.ª conferência do clima das Nações Unidas (COP26).
O C40 foi lançado em 2005 com o objetivo de colaborar na tomada de medidas para face à crise climática, representando, tendo assumido mais recentemente o objetivo de reduzir em metade as emissões de gases com efeito de estufa até 2030.
No caso de Londres, a meta é ainda mais ambiciosa, pois quer atingir a neutralidade carbónica dentro de 10 anos.
O grupo de cidades representa no total 700 milhões de habitantes, pelo que Khan considera que os autarcas têm uma responsabilidade especial em matéria ambiental.
“Mais de metade da população mundial vive em cidades, e de acordo com a ONU, nas próximas duas décadas vai aumentar para mais de dois terços”, referiu Khan.
Na opinião do ‘mayor’ britânico, “as cidades têm que ser inovadoras, ‘resolver problemas, fazer mudanças”, vincando: “Se vamos combater as mudanças climáticas, os governos nacionais não podem fazê-lo sozinhos. Eles precisam de nós”.
Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos reúnem-se até 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia, na 26.ª Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre alterações climáticas (COP26) para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.
A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.
Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.
Comentários