“Nunca vai haver uma bolha imobiliária, porque os nossos preços, comparando com a Europa, são muito diferentes. Agora, há pequenas bolhinhas nalgumas zonas, nomeadamente de Lisboa e Porto, que preocupam, porque os preços estão a subir mais do que aquilo que é razoável”, declarou à agência Lusa o presidente da APEMIP, Luís Lima.

Na perspetiva do representante dos mediadores imobiliários, “só o Estado, seja através do Estado central ou das autarquias, é que pode atenuar este crescimento de preços”, que se verifica em algumas zonas das cidades de Lisboa e do Porto, apostando em construção de nova habitação a preços acessíveis.

Atualmente, o mercado imobiliário está interligado com o crescimento do turismo, advogou Luís Lima, indicando que “o próprio imobiliário fideliza o turista” e leva-o a adquirir uma residência em Portugal.

Neste sentido, o fenómeno do turismo residencial, que antigamente só acontecia no Algarve, tem hoje “uma dimensão muito grande” em Lisboa e no Porto, mas está também a ser sentido em outras cidades do país, adiantou o presidente da APEMIP.

Reconhecendo que “a pressão turística tem sido grande” e que tem afetado o setor da habitação, o representante dos mediadores imobiliários lembrou que há uns anos os prédios das zonas centrais de Lisboa e do Porto estavam devolutos, referindo que, com a atual reabilitação do edificado destas cidades, a procura subiu, mas os preços praticados afastaram os moradores para os concelhos periféricos.

De acordo com Luís Lima, o mercado imobiliário vai registar este ano “um crescimento de cerca de 30%”, destacando-se o aumento do investimento nacional, potenciado pelo investimento estrangeiro que “acabou por contaminar positivamente e criar confiança” no setor.

“O imobiliário, juntamente com o turismo, está a ser o motor da economia nacional”, reforçou o responsável da APEMIP, alertando para o problema de ‘stock’ de imóveis, em que se regista “muita procura e pouca oferta”, que não se resolve travando a procura, mas sim aumentando a oferta.

Para o representante dos mediadores imobiliários, “a reabilitação do edificado não chega”, é necessário investir em construção nova em Lisboa e no Porto.

“Não havia necessidade de ir para as periferias, porque mesmo no centro da cidade de Lisboa, não no sítio mais central, por exemplo, na freguesia dos Olivais há muitos terrenos onde se pode construir habitação nova”, avançou Luís Lima, considerando que assim pode existir um equilíbrio de preços.

Preocupado com o “crescimento abrupto de preços” nos centros de Lisboa e do Porto, que “acaba por contaminar todo o mercado”, o presidente da APEMIP disse que tais valores são “insuportáveis” para a maioria das famílias portuguesas, acrescentando que, no geral, verifica-se um aumento na ordem dos 7% no preço dos imóveis, o que “é perfeitamente razoável”.

“Os nossos preços em relação ao resto da Europa são muito mais baixos: são metade de Madrid, um quarto de Paris, um oitavo de Londres, só que o rendimento dos portugueses não é igual ao dos espanhóis, dos franceses, dos ingleses”, sublinhou o representante dos mediadores imobiliários em Portugal, apelando ao “bom senso” quando se fazem comparações.

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