A revelação foi feita esta quinta-feira num artigo do The Guardian e vem trazer um dado novo ao pior atentado terrorista perpetrado em solo americano. Existem evidências claras de que membros do governo saudita estiveram ligados à rede de suporte por trás dos ataques de 9/11 às Torres Gémeas.

Esta é a convicção de John F. Lehman, que recomenda ao governo de Obama que divulgue a parte do relatório da comissão de investigação vetada pela administração de George W. Bush. Conhecida como "as 28 páginas", esta passagem do relatório tem gerado polémica em Washington, por conter material "em bruto e não vetado" que poderia manchar a imagem de pessoas vistas como inocentes.

"Existe um grupo terrível de indivíduos que participou no apoio aos terroristas, e algumas destas pessoas trabalharam no governo da Arábia Saudita", declarou Lehman ao The Guardian.

Para este ex-membro do Partido Republicano, a comissão de investigação cometeu um erro ao não tornar explícitas estas informações no seu relatório final. "O nosso relatório nunca deveria ser visto como uma exoneração da Arábia Saudita", disse.

Tom Kean, presidente da comissão de investigação, declarou que a "Arábia Saudita é um aliado dos Estados Unidos no combate ao terrorismo" e que durante a investigação apenas um membro do governo saudita tinha sido ligado aos ataques de 11 de Setembro. O diplomata Fahad al-Thumairy foi deportado dos Estados Unidos, mas não chegou a ser acusado de nenhum crime. Em causa, está a suspeita de ter ajudado dois terroristas sauditas que viveram em San Diego um ano antes do atentado.

A ligação de membros governamentais da Arábia Saudita aos terroristas que executaram os atentados em 2001 é uma suspeita antiga, levantada muitas vezes ao longo dos anos - 15 dos 19 terroristas viviam neste país.

No panorama político norte-americana, as vozes a favor da divulgação das "28 páginas" são muitas e incluem não só membros do Congresso, mas também das famílias das 2977 vítimas que morreram nos ataques às torres.

Até ao momento, não existe uma resposta oficial da Casa Branca a estas revelações.