“Ele deu-me instruções para fazer os pagamentos. Deu-me instruções para eu envolver-me nesses assuntos”, afirmou Michael Cohen, numa entrevista divulgada hoje pela estação norte-americana ABC News, dias depois de ter sido condenado a três anos de prisão por ter violado a lei de financiamento de campanhas, quando assessorava o então candidato republicano nas eleições presidenciais de 2016.

Na quarta-feira, um juiz federal de Manhattan, Nova Iorque, condenou Cohen por este ter comprado o silêncio, durante a campanha das eleições presidenciais de 2016, de duas mulheres com quem Donald Trump manteve alegadamente relações extramatrimoniais.

Cohen garantiu na mesma entrevista que todas as decisões “na organização Trump” passavam pelo então candidato presidencial.

Questionado se Trump tinha a perceção que tais pagamentos eram errados, Michael Cohen respondeu diretamente: “É claro”.

Esta entrevista de Cohen vem contradizer as declarações feitas na quinta-feira pelo Presidente norte-americano, que garantiu nunca ter pedido ao seu antigo advogado para violar a lei.

“Ele era um advogado e deveria conhecer a lei”, escreveu na quinta-feira Donald Trump na rede social Twitter.

O advogado, de 52 anos, foi condenado por ter tratado do pagamento de 280 mil dólares (cerca de 250 mil euros) a duas supostas amantes de Trump, para comprar o seu silêncio e não danificarem a imagem do então candidato presidencial.

Segundo a lei de financiamento de campanhas, esses pagamentos à ex-atriz pornográfica Stormy Daniels e à modelo Karen McDougal constituem uma violação de regras, punida por lei.

“Foi uma lealdade cega para com este homem (Trump) que me levou a escolher um caminho de escuridão sobre a luz. Foi por essa razão que aceitei participar no ato ilícito do Presidente”, confessou Michael Cohen, na quarta-feira, no tribunal federal de Manhattan.

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