Miguel Albuquerque falava à agência Lusa à entrada para o Congresso Nacional do PSD, em Viana do Castelo, depois de confrontado com a demissão de trinta e três diretores de serviço e coordenadores de unidades do Serviço Regional de Saúde da Madeira (SESARAM) em protesto contra a posse do médico Mário Pereira, ex-deputado do CDS-PP, como diretor clínico da instituição.

“Não há crise nenhuma. Nós vamos falar com os médicos, com a nova direção clínica, e vamos chegar a um entendimento”, declarou o presidente do Governo Regional da Madeira.

Miguel Albuquerque não quis adiantar mais nada sobre este assunto, apenas tendo acentuado a ideia de que “não há nenhum problema” no sistema de saúde desta região autónoma.

Na quinta-feira, no final de uma reunião na Ordem dos Médicos, no Funchal, o cardiologista António Drumond Freitas referiu que os demissionários representam 66% dos diretores e coordenadores, ou seja, 33 médicos de um total de cerca de 50.

“Esta é uma tomada de posição perante a nomeação de uma pessoa que está adstrita aos partidos [o XIII Governo Regional é uma coligação formada pelo PSD/CDS e, ao abrigo do acordo de governo assinado por aqueles partidos, o cargo de diretor clínico seria entregue a um representante do CDS]”, adiantou à Lusa Drumond de Freitas.

Segundo o médico, “este cargo [diretor clínico] é um cargo técnico e os cargos técnicos são para pessoas técnicas entre os médicos e coordenadores de unidades”.