“Como economista, tinha grande respeito pelo saber de Miguel Beleza. Como pessoa, tinha por ele uma sincera amizade. Custa-me acreditar que tenha partido tão cedo”, lê-se numa declaração escrita do antigo chefe de Estado.

Na nota, Cavaco Silva confessa que “a notícia inesperada da morte de Miguel Beleza foi um choque, um momento de profunda tristeza” e recorda o economista como “um homem de grande inteligência e de fino humor”, que serviu Portugal com “grande competência”, ajudando o país a vencer as crises financeiras por que passou nos anos 70 e 80 e "a dar passos decisivos para que acompanhasse o aprofundamento da integração europeia”.

“Um dos mais brilhantes economistas formados pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras e pelo MIT em Boston. Tinha uma formação analítica superior”, refere o antigo Presidente da República.

Cavaco Silva lembra ainda os anos em que Miguel Beleza trabalhou consigo no Gabinete de Estudos do Banco de Portugal, admitindo que tinha “grande confiança na sua sensibilidade na área da macroeconomia”.

“Foi meu colega na Faculdade de Economia da Universidade Nova e na Universidade Católica. Em 1989, era eu primeiro-ministro, convidei-o para ministro das Finanças. Dirigiu com grande competência os trabalhos de preparação de Portugal para a União Económica e Monetária, os quais foram muito importantes para a definição da posição portuguesa sobre o Tratado de Maastricht. Nomeei-o mais tarde Governador do Banco de Portugal”, recorda.

O economista Miguel Beleza, ministro das Finanças do XI Governo Constitucional liderado por Cavaco Silva, morreu hoje em Lisboa aos 67 anos, disse à Lusa fonte próxima da família.

De acordo com a mesma fonte, Miguel Beleza foi vítima de paragem cardiorrespiratória.