"A cidade pertence-nos" ou "rendas muito caras" foram algumas palavras de ordem dos manifestantes que marchavam, munidos de cartazes e com música no centro da capital alemã, a partir da emblemática Alexanderplatz, verificou no local a agência France-Presse.
De acordo com a polícia, "pouco menos de 4.000" pessoas estiveram presentes, respondendo ao apelo do coletivo "#Mietenwahnsinn" ('a loucura das rendas').
O preço das rendas em Berlim aumentou cerca de 85%, entre 2007 e 2019, face à sua forte atratividade e à falta estrutural de habitações.
"É preciso batermo-nos pelos nossos direitos. Recentemente a minha renda mensal subiu 100 euros. Ora, eu não ganho mais", afirmou à AFP Cátia Santos, de 41 anos, que desfilava com o seu companheiro.
Esta manifestação acontece duas semanas antes de 26 de setembro, data de um referendo consultivo acerca da expropriação das sociedades imobiliárias que detenham mais de 3.000 habitações na cidade.
Uma petição nesse sentido recolheu mais de 346 mil assinaturas, permitindo a realização da votação, de acordo com as regras da democracia local em vigor na capital alemã.
As grandes sociedades imobiliárias são acusadas de estar na base do problema, dado que apenas 20% dos berlinenses são proprietários do seu alojamento.
Um coletivo na origem do projeto espalhou pela cidade cartazes a favor do "sim" nas últimas semanas, com o objetivo de dar visibilidade ao referendo, que se desenrolará ao mesmo tempo das eleições federais e locais.
A recente rejeição pelo Tribunal Constitucional alemão da emblemática lei de limitação das rendas, adotada pela maioria municipal de esquerda no ano passado, reforçou a mobilização.
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