Logo pela manhã, uma multidão de muçulmanos espalhava-se ao longo do trajeto que deveria seguir o cortejo funerário, de cerca de vinte quilómetros, entre o palácio presidencial de Carthage e o cemitério de Djellaz no sul da cidade Tunes.

Béji Caïd Essebsi, que faleceu na quinta-feira, aos 92 anos, foi enterrado ao lado de outros membros da sua família.

“Vim para prestar homenagem à sua ação a favor das mulheres”, sublinhou Farah, uma arquiteta de quarenta anos, que aguardava pelas cerimónias junto à estátua de Habib Bourguiba, pai da independência tunisina e mentor de M. Essebsi.

Ao mesmo tempo, uma cerimónia oficial era transmitida em direto nos ecrãs, reunindo familiares do Presidente, altos responsáveis tunisinos e vários chefes de Estado estrangeiros, entre os quais, o francês, Emmanuel Macron, o Líder da Autoridade Palestiniana Mahmoud Abbas, o primeiro-ministro líbio, Fayez El Sarraj, e o Presidente interino da Argélia Abdelkader Bensalah.

Os presidentes de Malta e de Portugal, o emir do Qatar, o rei de Espanha, o príncipe Moulay Rachid, de Marrocos, eram outras das altas figuras de Estado estrangeiras presentes nas cerimónias fúnebres.

“Foi um Homem de Estado por excelência”, declarou o Presidente interino da Tunísia, Mohammed Ennaceur, de 85 anos. “Arquiteto do consenso nacional” entre o partido Ennahdha e os anti-islamistas, conseguiu “fazer a transição democrática, e criar um equilíbrio político positivo”.

“Quero manifestar-vos aqui a afeição muito particular e o respeito que tinha” por Essebsi, disse Macron. “Nos tempos difíceis em que o obscurantismo ameaçava (…) ele tomou partido dos que defendiam com coragem uma Tunísia aberta, tolerante, respeitadora dos valores universais”.

A cerimónia decorreu rodeada de um forte dispositivo de segurança.

O Ministério do Interior já tinha indicado que tinha montado um forte dispositivo de segurança, respeitando “a concentração espontânea dos cidadãos”.