• António Marques, o coordenador do Plano do Ministério da Saúde, apresentou o que está previsto para a Jornada Mundial da Juventude no auditório do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
  • Segundo o coordenador do plano, "o Ministério da Saúde não teve de ir buscar ajuda externa" para constituir a comissão responsável pela organização dos meios para a semana da JMJ. "Não houve aqui nenhum outsourcing nem ir buscar a empresas terceiras. Representantes de cada instituição do Ministério da Saúde é que constituem esta comissão".
  • "Há que compreender que isto não se trata de um evento localizado. Trata-se de um evento descentralizado ao longo do país, em que, durante a última semana de julho, teremos eventos a decorrer ao longo de 17 dioceses, 15 das quais no continente e as outras nas ilhas", precisou António Marques.
  • A primeira semana de agosto vai envolver iniciativas de "natureza diferente" e com "riscos diferentes", o que exige "dispositivos adaptados a esses riscos" e "um dispositivo mais robusto" nos últimos dias da Jornada Mundial da Juventude.
  • Manuel Pizarro, ministro da Saúde, lembrou que Portugal vai estar "no centro do mundo" devido à JMJ e garantiu que o país tem "estruturas a todos os níveis" para o evento.
  • Segundo o ministro, a linha SNS24 "está preparada e mais do que preparada" para fazer o primeiro atendimento em caso necessidade, tendo sido a covid um grande teste para "orientar as pessoas para o nível adequado de cuidados que venham a precisar".
  • Vão existir dois hospitais de campanha "de grande capacidade de resposta", 10 postos médicos avançados, com capacidade para suporte avançado de vida no terreno, 75 postos fixos de suporte básico de vida e mais 75 móveis.
  • No caso de situações de exceção, estão também previstos planos de contingência para os hospitais com maior capacidade de resposta no país, na perspetiva de uma articulação em rede. Em curso está, assim, a revisão dos planos de contingência para catástrofe dos centros hospitalares de Lisboa Norte, Lisboa Central, Lisboa Ocidental, de Coimbra, de Santo António e de São João, que serão operacionalizados a partir da última semana de julho.
  • Vai ser verificado também um reforço dos meios do INEM, com mais 74 meios de transporte, "dispersos no todo nacional, mas com uma concentração especial em Lisboa".
  • "Podemos confiar que Portugal no seu conjunto e na saúde em particular está preparado para responder a este evento. O que nós verdadeiramente desejamos é que estes meios sejam usados o menos possível", apontou Manuel Pizarro. "Temos de estar vigilantes, mas podemos estar tranquilos com a capacidade de resposta".
  • A partir da última semana de julho, está previsto o alargamento do horário de funcionamento cuidados primários, em função da avaliação das administrações regionais de saúde e da concentração de participantes e eventos, com os novos horários a serem divulgados na aplicação oficial JMJ e no portal do SNS.

  • O ministro da Saúde disse ainda que o reforço de meios previsto no plano do Governo para a Jornada Mundial da Juventude não vai pôr em causa o funcionamento do INEM ou do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
  • O ministro admitiu também que poderá ser necessário deslocalizar meios do INEM e mobilizar enfermeiros para o evento, sem recurso a contratação específica, mas reafirmou que o plano de saúde já prevê um número de recursos superiores àqueles que espera virem a ser necessários.

Como surgiu este plano?

Em abril, o Ministério da Saúde criou, através de um despacho, uma comissão que ficou encarregue de elaborar e acompanhar o plano de resposta do Ministério da Saúde para a JMJ e para a visita do Papa Francisco a Portugal.

Com esta comissão, presidida pelo médico António Marques, o ministério pretendeu “garantir uma resposta atempada, estruturada e eficaz no âmbito da saúde e da gestão dos seus recursos” durante os vários eventos previstos para julho e agosto.
Antes da Jornada Mundial da Juventude, as dioceses de todo o país vão promover o encontro de jovens de todo o mundo, com a chegada dos peregrinos a ocorrer de 26 a 31 julho.

A comissão integrou representantes do Ministério da Saúde na Comissão de Acompanhamento do Grupo de Projeto para a organização da JMJ, da Direção-Geral da Saúde, da direção executiva do Serviço Nacional de Saúde, da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde, da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), do Instituto Ricardo Jorge (INSA), do INEM e das várias administrações regionais de saúde, entre outras entidades públicas do setor.

A Jornada Mundial da Juventude

Considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, a JMJ vai realizar-se entre 1 e 6 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.

As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.

A JMJ nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.

A edição deste ano, que contará com o Papa Francisco, esteve inicialmente prevista para 2022, mas foi adiada devido à pandemia da covid-19.