Maas fez estas declarações durante um discurso destinado a definir as linhas da política europeia, pronunciado perante estudantes e representantes do movimento “Pulse of Europe”.
O titular dos Negócios Estrangeiros, do Partido Social Democrata (SPD) e no cargo desde março, plasmou assim a “profunda deceção” que causou no seu governo, e em si, a linha do Presidente dos Estados Unidos.
“Nunca tinha imaginado que um ministro dos Negócios Estrangeiros alemão se veria confrontado com a situação atual”, disse, numa alusão aos fortes vínculos que tradicionalmente o seu país mantém com os EUA, um dos eixos incontestáveis da política externa alemã.
A resposta da Europa face ao que denominou de “egoísmo político” que representa a máxima de Trump — “America First” (A América Primeiro) — deve ser a unidade e a coesão, assim como o “reajuste” da sua relação com o aliado transatlântico, disse.
“Temos de encontrar um novo equilíbrio”, sublinhou, para insistir que a Europa deve mostrar “solidez” e dar as suas próprias respostas.
“Se o governo dos Estados Unidos questiona os nossos valores e interesses, devemos mostrar-nos mais robustos”, afirmou.
Maas sublinhou, assim, perante um auditório maioritariamente jovem, o que considera perigos globais, como o avanço dos nacionalismos, chauvinismos e populismos, face aos quais a Europa deve dar respostas coesas.
São correntes que estão a expandir-se em “distintas partes do mundo”, à escala da União Europeia (UE) e global, perante as quais se deve atuar, “reforçando a política europeia”, em vez de renunciar à coesão dentro do bloco comunitário.
“Temos de fechar os abismos surgidos nos últimos anos na UE”, defendeu, acrescentando que a medida implica “dotar-se dos mecanismos necessários para lutar contra os desequilíbrios sociais existentes”.
Maas insistiu no objetivo de lutar “com determinação” contra o desemprego jovem que continua a existir e recordou “muitos países do sul da Europa” e os esforços aí realizados para superar “os estragos deixados pela crise económica”.
“Que metade dos eleitores italianos tenham optado por formações eurocéticas, porque pensam que pertencer à UE não vale a pena, deveria fazer-nos refletir”, alertou, para considerar que a solução deve ser dar “respostas convincentes” e “atender” aos receios desses cidadãos.
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