"Evidentemente é um facto grave, não vale a pena estar a desvalorizar esse facto. É sempre grave quando instalações militares são objeto de ação criminosa tendente ao furto justamente de material militar”, para mais quando “não foi roubada uma pistola, não foram roubadas duas, foram roubadas granadas”, disse Azeredo Lopes.
O ministro, que falava aos jornalistas à margem de uma reunião ministerial da NATO, em Bruxelas, disse que, “evidentemente”, Portugal vai informar os seus parceiros do ocorrido e garantiu que, a par das investigações já em curso – “a questão ficou Imediatamente sob alçada da Polícia Judiciária militar e da Polícia Judiciária, e a partir de agora das diferentes instâncias de investigação criminal”, apontou -, a questão da segurança do material militar será assunto de debate com as chefias militares.
“Vamos evidentemente informar através da Intel os nossos congéneres, porque estamos a falar de um espaço sem fronteiras, e por isso é nossa obrigação dar conta do desaparecimento desse tipo de material (…) e do ponto de vista da Defesa nacional, tenho a intenção de solicitar às chefias militares que falemos sobre o assunto, que possamos desenhar um plano para verificar quais são, e se existem plenamente, as boas práticas quanto a este assunto do material militar e eventualmente até envolver, se for esse o caso, a Inspeção-Geral de Defesa Nacional”, declarou.
Azeredo Lopes admitiu não ter ainda “uma noção exata do material que realmente foi furtado”, sendo já “certo que foram furtadas granadas e algumas munições”, mas acrescentou que não pode “dizer em boa verdade se há mais que tenha sido furtado”.
Apontando que o furto se tratou, “pelos vistos”, de algo “bastante profissional”, o ministro admitiu preocupação com a finalidade do mesmo, ainda por apurar, pois “quando se furtam granadas não pode por definição ser para boa coisa, e isso evidentemente justifica preocupação, mas não justifica receio”.
O importante agora, realçou, é “procurar estancar o mais depressa possível as consequências” do roubo do material militar, e disse estar certo de que “o Exército vai desencadear medidas de investigação necessárias”, de natureza diversa daquelas já a cabo da Polícia Judiciária.
“Não vamos deixar nada por levantar. Ou seja, não há nenhuma questão que aqui possa ser deixada de lado”, asseverou.
Em comunicado, o Exército anunciou hoje que foi detetada quarta-feira ao final do dia a violação dos perímetros de segurança dos Paióis Nacionais de Tancos e o arrombamento de dois ‘paiolins’, tendo desaparecido granadas de mão ofensivas e munições de calibre 9 milímetros.
Fonte do ramo contactada pela Lusa adiantou que até ao momento foi detetada a falta de "cerca de uma centena" de granadas de mão ofensivas.
"Os incidentes foram detetados por uma ronda móvel, elemento do sistema de segurança dos Paióis", refere o comunicado.
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