De acordo com a Euronews, o governante admitiu que tem tentado entender como Abdesalem Lassoued desapareceu dos registos há dois anos, depois de lhe ter sido negado asilo e dado ordem de deportação para a Tunísia pelas autoridades belgas.

Na noite de segunda-feira, Lassoued matou a tiro dois cidadãos suecos do sexo masculino e feriu um terceiro. O ataque forçou ao confinamento de mais de 35 mil pessoas num estádio de futebol onde assistiam ao jogo de apuramento para o Europeu de Futebol da Bélgica com a Suécia.

Num vídeo publicado online, o terrorista afirmou inspirar-se no grupo terrorista Estado Islâmico, sendo que a polícia acabou por matá-lo a tiro na manhã de terça-feira num café em Bruxelas.

Na noite de sexta-feira, Van Quickenborne terá dito aos jornalistas que "esta manhã, às nove horas, observei os seguintes elementos: No dia 15 de agosto de 2022, houve um pedido de extradição por parte da Tunísia para este homem".

“Esta exigência foi transmitida no dia 1 de setembro, como deveria ter sido, pelo perito em justiça do Ministério Público de Bruxelas. O magistrado responsável não deu seguimento a esse pedido de extradição e o dossiê não teve seguimento”, afirmou.

“É um erro individual. Um erro monumental. Um erro inaceitável. Um erro com consequências dramáticas”, disse Van Quickenborne enquanto anunciava que tinha apresentado a sua demissão ao primeiro-ministro, Alexander De Croo.

“Mesmo que se trate do trabalho de um magistrado individual e independente, devo, apesar disso, assumir toda a responsabilidade política por este erro inaceitável”, disse o ministro.

Logo no mesmo dia, numa publicação na rede social X (antigo Twitter), o primeiro-ministro anunciou que tomou nota da renúncia de Van Quickenborne e disse ter “respeito pela sua coragem”.

Recorde-se que Lassoued pediu asilo na Bélgica em novembro de 2019. Era conhecido da polícia e era suspeito de envolvimento no tráfico de seres humanos, de viver ilegalmente na Bélgica e de representar um risco para a segurança do Estado.

Este ataque acontece no contexto do aumento das tensões globais devido à guerra entre Israel e o Hamas.