“Para quê falar em derrubar o teto se é o teto que nos protege contra a tempestade?”, disse Guedes, ao lado do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, na saída do Palácio da Alvorada.

Segundo o ministro, os recursos para a saúde já estão garantidos e o Governo trabalha em outras soluções para injetar dinheiro na economia.

“Se faltasse dinheiro para saúde, poderíamos romper o teto, mas não é o caso”, assegurou Guedes.

O teto de gastos é um mecanismo criado para controlar despesas do Governo central brasileiro que limita a atualização dos gastos à inflação do ano anterior. A norma foi aprovada durante o Governo do ex-Presidente Michel Temer e entrou em vigor em 2017, tendo uma validade de 20 anos.

Guedes também declarou que está a negociar com o Congresso uma proposta de suspensão de reajuste de salário dos funcionários públicos por um ano e meio.

“Precisamos também que o funcionalismo público mostre que está com o Brasil, que vai fazer um sacrifício pelo Brasil, não vai ficar em casa, trancado com geladeira cheia, assistindo à crise”, declarou Guedes.

“Eles [funcionários públicos] vão colaborar. Vão também ficar sem pedir aumento por algum tempo (…) Para nos ajudar no combate a esta crise, não peçam aumento por um ano e meio, contribuam com o Brasil”, acrescentou.

O ministro brasileiro voltou a defender o plano de reformas do Governo e declarou acreditar que após a pandemia a economia do país vai se recuperar com investimentos privados em setores como saneamento, petróleo e gás, infraestrutura e logística.

“Isso vai ser feito dentro do programa de recuperação e estabilidade fiscal. Estamos no caminho da prosperidade, não no caminho do desespero. Vamos aumentar os salários com aumento de produtividade, estamos privatizando, abrindo a economia, aumentando os investimentos”, afirmou.

“Queremos reafirmar a todos que acreditam na política económica que ela segue, é a mesma política económica, vamos prosseguir com as reformas estruturantes, vamos trazer biliões em investimento”, concluiu Guedes.

O Brasil contabilizava, até domingo, 189 mortos e 3.379 infetados pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, totalizando 4.205 óbitos e 61.888 casos da infeção desde o início da pandemia no país.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 206 mil mortos e infetou quase três milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Perto de 810 mil doentes foram considerados curados.