Em entrevista à RTP3, João Pedro Matos Fernandes considerou “muito relevante” o dia que marca o fim da utilização de carvão para produção de eletricidade em Portugal e destacou que o governo está a “cuidar” dos trabalhadores e dos projetos alternativos que se perspetivam para este ponto de ligação à rede elétrica.

“Não vai haver nenhum problema social, porque soubemos com tempo o que ia acontecer e estamos mais do que preparados. Percebo a preocupação dos trabalhadores, mas vai mesmo correr bem. E vai correr em três dimensões: no apoio social; no concurso para aquele local, que é um ponto de ligação com uma dimensão enorme e em que até 17 de janeiro as propostas serão conhecidas; (…) e o fundo para a transição justa”, explicou.

Nesse sentido, o ministro do Ambiente e da Ação Climática notou que “as pessoas não foram ainda despedidas” e assinalou que o concurso em curso tem como fator de preferência a manutenção do maior número de postos de trabalho.

“É um estímulo”, disse, continuando: “Os trabalhadores fazem parte do requisito primeiro, que é o de atribuição daquele ponto de ligação à rede. Quem tiver a melhor proposta vai ganhar, vai ficar com uma parcela muito significativa destes trabalhadores, mas vai também, muito provavelmente, criar novos postos de trabalho”.

Sublinhando que Portugal já produz 60% da sua eletricidade a partir de energias renováveis (os outros 40% provêm de gás e biomassa) e que estas “são geradoras de emprego”, o governante vincou o objetivo de 80% da produção até 2030.

“Essa é a nossa meta, mas dizem as entidades independentes que auditam estas matérias que até dizem que vai ser antes e, muito provavelmente, já em 2025 vamos chegar a esses 80%”, salientou João Pedro Matos Fernandes, acrescentando: “Portugal não fica mais dependente do exterior [para a produção de eletricidade]”.

Finalmente, Matos Fernandes rejeitou impactos no custo da eletricidade para a população: “Quanto mais eletricidade renovável nós utilizarmos, mais barata será a eletricidade. O preço da eletricidade no próximo ano vai baixar para os portugueses”.