“Passamos para a próxima etapa da guerra”, disse o ministro da Defesa, Yoav Gallant, em declarações hoje divulgadas pelos meios de comunicação israelitas.
“Na noite passada [sexta-feira], o solo tremeu em Gaza. Atacamos acima do solo e no subsolo. (…) As instruções para as forças são claras. A campanha continuará até novo aviso.”
As suas declarações marcam a aceleração gradual rumo a uma possível ofensiva terrestre total no norte de Gaza.
Gallant disse na sexta-feira que Israel espera em breve uma longa e difícil ofensiva terrestre em Gaza.
“Levará muito tempo” para desmantelar a vasta rede de túneis do Hamas, disse, acrescentando que espera uma longa fase de combates de menor intensidade, enquanto Israel destrói “focos de resistência”.
Israel expandiu hoje a sua operação terrestre em Gaza, enviando tanques e infantaria apoiados por massivos ataques aéreos e marítimos.
Os bombardeamentos israelitas da noite de sexta-feira para hoje foram descritos pelos residentes de Gaza como os mais intensos da guerra e, além disso, também foram interrompidas as comunicações no enclave.
Isto levou ao isolamento de grande parte dos 2,3 milhões de pessoas que estão no enclave palestiniano, ao mesmo tempo que permitiu aos militares israelitas controlarem a narrativa numa nova fase dos combates.
Os militares israelitas divulgaram hoje imagens desfocadas que mostram colunas de tanques movendo-se lentamente em áreas abertas de Gaza, aparentemente perto da fronteira, e disseram que aviões de guerra bombardearam dezenas de túneis e ‘bunkers’ subterrâneos do Hamas. Os locais subterrâneos são um alvo chave na campanha de Israel para exterminar o Hamas, após a sua sangrenta incursão em Israel há três semanas.
No início da guerra, Israel já tinha reunido centenas de milhares de soldados ao longo da fronteira. Até agora, as tropas haviam realizado breves incursões terrestres noturnas antes de regressarem a Israel.
O número de palestinianos mortos em Gaza subiu hoje para mais de 7.700 pessoas desde 07 de outubro, com 377 mortes relatadas desde sexta-feira, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas. A maioria dos mortos são mulheres e crianças, disse a mesma fonte.
O porta-voz do Ministério da Saúde do Hamas, Ashraf al-Qidra, disse aos jornalistas que a interrupção das comunicações “paralisou totalmente” a rede de saúde.
Os moradores não tinham como chamar ambulâncias e as equipas de emergência seguiam os sons de artilharia e dos ataques aéreos em busca de pessoas que necessitassem de ajuda.
Mais de 1,4 milhões de pessoas fugiram das suas casas, quase metade amontoam-se em escolas e abrigos das Nações Unidas.
Os trabalhadores humanitários dizem que a quantidade de ajuda que Israel permitiu entrar no enclave, através do Egito na semana passada, é uma pequena fração do que é necessário. Os hospitais de Gaza têm procurado combustível para alimentar geradores de emergência, que suportam incubadoras e outros equipamentos vitais.
O grupo islamita do Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
No ataque do Hamas contra Israel morreram mais de 1.400 israelitas, sobretudo civis, e perto de 200 foram feitos reféns.
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