
Em Portugal, os números da covid-19 são atualizados diariamente com um boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS), minutos antes de uma conferência de imprensa, ao início da tarde. Os jornalistas, que se revezam entre a presença física e a digital, podem questionar a DGS (tipicamente, Graça Freitas, a diretora-geral, ou Diogo Cruz, o subdiretor-geral) e o ministério da Saúde (representado pela ministra, Marta Temido, ou pelo secretário de Estado da Saúde António Lacerda Sales).
Mas nem todos os países têm as mesmas estruturas e formas de acompanhar a situação. Em Itália, por exemplo, os boletins diários são da responsabilidade da Proteção Civil.
Espanha faz as “ruedas de prensa” com um responsável de cada ministério envolvido na gestão da pandemia de covid-19 no país. Em França, cabe ao diretor-geral da Saúde, Jérôme Salomon, a atualização diária dos números.
Na Bélgica, os dados chegam das autoridades federais. No Reino Unido, vêm do ministério da Saúde. Já os dados na Alemanha são avançados pelo Instituto Robert Koch, uma agência governamental para o controlo de doenças.
No Irão, cabe ao porta-voz do ministério da Saúde, Kianouche Jahanpour, a atualização diária.
No Canadá, a tarefa cabe ao primeiro-ministro. Justin Trudeau fala ao país todos os dias às 11:15, a partir da Rideau Cottage, a residência oficial. Há semana e meia, porém, uma destas conferências de imprensa ficou sem imprensa. Em vez das questões dos jornalistas, o primeiro-ministro canadiano respondeu às dúvidas de crianças. Sugeriu jogos para passar o tempo, prometeu trazer um pai preso no Dubai. E cantou a versão inglesa da música dos “Parabéns”, que tem a duração certa para lavar bem as mãos (quando cantada duas vezes, como o fez Trudeau).
Já dos Estados Unidos da América, o país mais afetado pela pandemia, têm chegado os ‘briefings’ da equipa que coordena a resposta à covid-19. Mas as intervenções mais populares — nem sempre pelas melhores razões — são as do presidente Donald Trump, que participa nos ‘briefings’ diários à imprensa, na Casa Branca.
Esta segunda-feira, Trump protagonizou um novo confronto com a imprensa. Divulgou um vídeo onde mostrava uma cronologia da resposta governamental à pandemia, mas escusou-se a responder aos buracos na linha temporal, onde aparentemente nada foi feito.
O presidente dos Estados Unidos não tem pejo nas críticas que faz aos jornalistas e respetivos órgãos de comunicação, chamando-lhes diretamente “desgraçados”, “falsos” e, até, “nojentos”.
A pandemia do novo coronavírus matou 123.920 pessoas e infetou quase dois milhões em todo o mundo desde dezembro, segundo um balanço da agência AFP, às 19:00 GMT desta terça-feira, baseado em fontes oficiais dos países.
Segundo os dados recolhidos pela agência noticiosa francesa, até às 19:00 GMT (20:00 em Lisboa), 1.961.950 casos de infeção foram oficialmente diagnosticados em 193 países e territórios desde o início da epidemia, em dezembro passado, na China.
A AFP alerta, contudo, que o número de casos diagnosticados reflete apenas uma fração do total real de infeções, já que um grande número de países está a testar apenas os casos que requerem tratamento hospitalar. Entre esses casos, pelo menos 413.800 são hoje considerados curados.
Desde a contagem feita às 19:00 GMT de segunda-feira, ocorreram 6.177 novas mortes e 72.433 novos casos em todo o mundo.
Os países com mais óbitos nas últimas 24 horas são os Estados Unidos, com 1.802 novas mortes, o Reino Unido (778) e a França (762).
Os Estados Unidos, que registaram sua primeira morte ligada ao coronavírus no final de fevereiro, são atualmente o país mais afetado em termos de número de mortes e casos, com 24.737 mortes para 592.743 casos. Pelo menos 44.364 pacientes foram declarados curados.
Depois dos Estados Unidos, os países mais afetados são Itália, com 21.067 mortes por 162.488 casos, a Espanha, com 18.056 (172.541 casos), a França, com 15.729 mortes (143.303 casos) e o Reino Unido, com 12.107 mortes (93.873 casos).
A China (sem os territórios de Hong Kong e de Macau), onde a epidemia começou no final de dezembro, contabilizou oficialmente um total de 82.249 casos (89 novos entre segunda-feira e hoje), incluindo 3.341 mortes (0 novas) e 77.738 curas.
A Europa totalizava, até às 19:00 GMT de hoje, 84.122 mortes, para 996.312 casos, os Estados Unidos e o Canadá 25.661 mortes (619.640 casos), a Ásia 5.162 mortes (145.541 casos) e o Médio Oriente 5.031 mortes (106.630 casos), a América Latina e Caribe 3.001 mortes (70.213 casos), África 865 mortes (15.969 casos) e a Oceânia 78 mortes (7.652 casos).
Esta avaliação foi realizada usando dados coletados pelos escritórios da AFP das autoridades nacionais competentes e informações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registam-se 567 mortos, mais 32 do que na segunda-feira (+6,%), e 17.448 casos de infeção confirmados, o que representa um aumento de 514 (+3%).
Dos infetados, 1.227 estão internados, 218 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 347 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril.
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