“A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa confirma que Francisco Ramos colocou o lugar à disposição, não tendo sido aceite”, afirmou à agência Lusa a assessoria de imprensa da SCML.

A notícia foi avançada pela SIC.

O coordenador da ‘task force’ para o plano de vacinação contra a covid-19 em Portugal, Francisco Ramos, demitiu-se do cargo, anunciou hoje o Ministério da Saúde.

Em comunicado, o ministério esclareceu que a demissão de Francisco Ramos decorre de “irregularidades detetadas pelo próprio no processo de seleção de profissionais de saúde no Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa, do qual é presidente da comissão executiva”.

Numa declaração enviada às redações, Francisco Ramos, que a Lusa tentou contactar ao longo de todo o dia, acrescentou que as irregularidades diziam respeito ao processo de seleção para vacinação de profissionais de saúde daquele hospital.

A demissão ocorre numa altura em que são públicas diversas situações de vacinação indevida de várias pessoas em várias regiões do país e no dia em que arrancou a vacinação em centros de saúde de idosos com 80 ou mais anos e de pessoas com mais de 50 anos com doenças associadas, numa fase que abrange cerca de 900 mil portugueses.

Também hoje se ficou a saber que o diretor clínico e a enfermeira diretora do Hospital da Cruz Vermelha colocaram os lugares à disposição, justificando com um lapso na seleção dos profissionais a vacinar contra a covid-19.

Entretanto, o Governo anunciou que o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo é o novo coordenador da `task force´ para o plano de vacinação contra a covid-19, substituindo Francisco Ramos.

“O Governo nomeou o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo para coordenador da `task force´ do plano de vacinação contra a covid-19 em Portugal”, adiantaram os ministérios da Saúde e da Defesa Nacional em comunicado, avançando que o militar assume essas funções de imediato.

Em 16 de dezembro de 2020, o Hospital da Cruz Vermelha elegeu em assembleia-geral o novo conselho de administração, integrando dois ex-secretários de Estado da Saúde, Francisco Ramos e Manuel Teixeira, que entraram em funções de imediato.

A assembleia-geral do HCV, realizou-se no seguimento da compra pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa de 55% do capital da sociedade gestora do Hospital da Cruz Vermelha.