Em comunicado, a Minusma confirmou que as bases de Ber e de Goundam foram encerradas e transferidas oficialmente para o Mali, através de um acordo firmado com a governação da região, que descreve as respetivas infraestruturas.
“A devolução formal [das bases] ao Estado do Mali simboliza o fim da presença da Minusma nas áreas em questão e das responsabilidades que lhe cabiam até agora”, adiantou a missão das Nações Unidas, tendo justificado a saída com “a deterioração da segurança” na região.
A missão esclareceu ainda que cerca de 200 militares do Burquina Faso ocupavam a base de Ber, enquanto uma companhia da Costa do Marfim e uma unidade policial de 140 efetivos do Bangladesh estavam em Goundam.
A Minusma espera ainda deixar a base de Ménaka, no nordeste do país africano, no final do mês, numa operação que vai assinalar o fim da primeira fase de retirada, no âmbito da decisão de pôr fim imediato à missão destacada desde 2013, aprovada no final de junho pelo Conselho de Segurança da ONU, a pedido da junta militar que assumiu o poder pela força, no âmbito de um golpe de estado em 2020.
A retirada dos cerca de 11.600 soldados e 1.500 polícias de dezenas de nacionalidades, que estiveram presentes no Mali, deve ser escalonada até 31 de dezembro.
A área de Ber também foi palco de tensões por vários dias entre o exército e o grupo paramilitar russo Wagner e a Coordenação de Movimentos de Azawad (CMA, antiga rebelião tuaregue), segundo esta última organização.
A CMA também critica os militares por terem criado uma nova Constituição, aprovada em junho, que segundo aquele grupo compromete o acordo de paz de Argel de 2015.
A junta fez da soberania o seu lema desde que assumiu o país, rompendo a aliança com a França e os seus parceiros contra o terrorismo, para se voltar militar e politicamente para a Rússia.
Desde 2012, o Mali enfrenta uma profunda crise de segurança que começou no norte e se espalhou para o centro do país, bem como para os vizinhos Burquina Faso e Níger.
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