O tribunal distrital da cidade de Gwangju decidiu que a empresa do grupo japonês Mitsubishi Heavy Industries deve pagar 120 milhões de wons (cerca de 90.000 euros) a Kim Young-Ok, de 85 anos, e 3,25 milhões de wons (cerca de 2.500 euros) a um parente de Choe Jeong-Rye, já falecida, informou o grupo de defesa das vítimas.

Esta é a segunda decisão do género em quatro anos.

A península coreana permaneceu sob domínio colonial do Japão de 1910 a 1945. O idioma coreano era proibido nas escolas e os coreanos eram obrigados a ter nomes japoneses.

Centenas de milhares de cidadãos coreanos foram recrutados à força para as linhas de frente, como mão de obra gratuita ou como escravas sexuais, as chamadas "mulheres de conforto".

O tema afeta há várias décadas as relações entre Seul e Tóquio, ambos aliados dos Estados Unidos ante as crescentes ameaças da Coreia do Norte.

"Saudamos a decisão. É outra vitória na justiça para as vítimas e para os seus familiares", declarou à AFP Lee Kuk-Un, que preside o grupo de apoio.

As vítimas, naquela época adolescentes, trabalharam sem receber salário numa fábrica de aviões da Mitsubishi em Nagoya em 1944, sob a promessa de que no Japão receberiam pagamento e poderiam estudar.

Um total de 14 denúncias, que envolvem quase mil vítimas sul-coreanas, foram apresentadas contra a Mitsubishi e outras empresas japonesas reclamando compensações por escravidão durante a guerra.