“Em Moçambique, não havendo casos atualmente, não declaramos uma emergência. O que nós fizemos é elevar o nível de alerta”, declarou Quinhas Fernandes, diretor nacional de Saúde Pública, durante uma conferência de imprensa em Maputo.
Segundo Quinhas Fernandes, face à declaração internacional da doença como um surto, além de elevar o nível de alerta as autoridades moçambicanas desenharam um plano de resposta.
“Elevamos o nível de alerta para permitir ações de prevenção e preparação par a necessidade de uma eventual resposta”, declarou.
A “varíola dos macacos” é uma doença viral que se propaga dos animais para os seres humanos, mas também é transmitida por contacto físico próximo com uma pessoa infetada.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, no sábado, o surto de Mpox em África como emergência global de saúde, com casos confirmados entre crianças e adultos de mais de uma dezena de países e uma nova variante em circulação.
A organização pediu uma resposta internacional unificada, perante a identificação da nova variante do vírus na Europa (Suécia), um dia após a notificação do primeiro caso na Ásia (Paquistão).
A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho afirmou que a doença afeta particularmente as comunidades marginalizadas, que necessitam de informação clara sobre a forma de se protegerem e de identificarem os sintomas.
Também precisam de ser convencidas a procurar assistência médica quando há sinais de infeção e, para isso, o estigma em torno da doença, que é a principal razão pela qual as pessoas não procuram ajuda, deve ser combatido.
De acordo com a OMS, existe atualmente meio milhão de uma das duas vacinas que foram desenvolvidas em processos rápidos contra o Mpox, podendo ser produzidas mais 2,5 milhões de doses no próximo ano.
A “varíola dos macacos” é uma doença viral que se propaga dos animais para os seres humanos, mas também é transmitida por contacto físico próximo com uma pessoa infetada com o vírus.
O Mpox foi descoberto pela primeira vez em seres humanos em 1970, na atual RDCongo (antigo Zaire), com a propagação do subtipo clade I (do qual a nova variante é uma mutação), que desde então tem estado principalmente confinado a países da África Ocidental e Central, onde os doentes são geralmente infetados por animais.
Em 2022, uma epidemia mundial do subtipo clade II propagou-se a uma centena de países onde a doença não era endémica, afetando principalmente homens homossexuais e bissexuais.
A OMS declarou um alerta máximo em julho de 2022 em resposta a este surto mundial, mas levantou-o menos de um ano depois, em maio de 2023. A epidemia causou cerca de 140 mortes num total estimado de 90 mil casos.
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