Francisco pede a "reconciliação fraterna em Moçambique e África inteira, única esperança para uma paz firme e duradoura", na mensagem introduzida pelo núncio apostólico - representante do Vaticano - em Moçambique, Piergiorgio Bartoldi.
O Papa quer "ver a sementeira feita pelo meu predecessor, João Paulo II", numa alusão à última visita de um líder máximo da igreja católico ao país, em setembro de 1988, antecedendo o fim da guerra civil e a assinatura do primeiro acordo de paz do país, em 1992.
"A dignidade de cada homem e mulher exige que abramos os nossos corações aos outros, especialmente os mais pobres e necessitados", acrescentou o Papa.
A visita acontece um mês depois de ter sido assinado um novo acordo do paz - o terceiro no país - entre o Governo e o principal partido da oposição, a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), cujos guerrilheiros deverão entregar as armas.
O Papa faz um apelo para que esta reconciliação seja permanente e a palavra tem estado sempre presente em tudo o que antecipa a chegada do líder religioso.
"Esperança, paz e reconciliação" é o título dado à visita papal.
Na mensagem de hoje, Francisco estende saudações a todo o país, apesar de não poder sair da capital, referiu, numa altura em que milhares de moçambicanos ainda sofrem com as consequências dos ciclones Idai e Kenneth, em março e abril.
O Papa saúda "com um lugar especial todos quantos vivem atribulados".
Desde que a visita foi anunciada oficialmente, a 27 de março, um dos objetivos expressos foi de o Papa se solidarizar com as vítimas dos desastres naturais.
O Papa Francisco deverá dar atenção também à difícil situação em Cabo Delgado, segundo divulgado pela igreja.
Ataques de grupos armados com origem nas mesquitas locais contra aldeias e locais recônditos de Cabo Delgado já provocaram cerca de 200 mortos desde outubro de 2017.
A região palco da violência fica no extremo norte do país, onde estão a ser construídos os megaprojetos de gás natural, cuja exploração vai começar em 2022.
O Papa visita Moçambique a convite das estruturas locais da igreja católica e do presidente moçambicano, Filipe Nyusi.
A comissão mista que prepara a vista espera até 90 mil pessoas num dos pontos altos que será a missa no Estádio do Zimpeto na manhã de sexta-feira, dia 06.
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