“Se o doutor Pedro Nuno Santos não sabia, que é o que ele diz, então isto foi uma bandalheira completa”, afirmou Montenegro em Braga, à margem de uma reunião com o reitor da Universidade do Minho.
Em declarações aos jornalistas, o líder do PSD considerou ainda “importante” que se saiba de quem foi a decisão de comprar as ações dos CTT e quais foram os objetivos, o contexto e o “retorno” desse investimento.
Montenegro disse que é com estranheza e perplexidade que vê o afastamento de Pedro Nuno Santos do processo.
“Quando a pessoa responsável por isto sacode a água do capote e diz que não é nada com eles, isto é uma bandalheira”, reiterou.
Para Montenegro, se o titular da tutela de um determinado setor da governação não é tido nem achado sobre uma decisão destas, isso significa que é tempo de os portugueses escolherem outro Governo, nas eleições de 10 de março
“É tempo de estas pessoas com esta cultura política e governativa saírem do Governo”, afirmou.
O Jornal Económico noticiou que o anterior Governo, sem o divulgar, instruiu a Parpública a comprar ações dos CTT através de um despacho do então ministro das Finanças, João Leão.
No parlamento, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, negou ter dado orientações ao Ministério das Finanças ou à Parpública para a compra de ações dos CTT, enquanto ministro das Infraestruturas, e remeteu explicações sobre esta matéria para o Governo.
Em comunicado, a Parpública defendeu que “a compra de ações dos CTT, realizada até outubro de 2021, ocorreu no cumprimento dos requisitos legais”, referindo que foi feita por despacho do ministro das Finanças da altura, João Leão, e com parecer prévio da UTAM – Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do Setor Público Empresarial.
A Parpública informou que detém “355.126 ações dos CTT que foram adquiridas em bolsa em 2021, o que corresponde a 0,24% do capital da empresa”.
No documento da UTAM, disponibilizado pela Parpública, é referido, no entanto, que lhe foi solicitado um parecer, em 18 de fevereiro de 2021, pelo gabinete do secretário de Estado do Tesouro acerca da operação de aquisição pela Parpública “de participação qualificada de até 13% nos CTT — Correios de Portugal”.
Os CTT foram privatizados entre 2013 e 2014 pela governação PSD/CDS-PP em período de assistência financeira externa a Portugal.
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