Teodora Cardoso classificou numa entrevista ao jornal Público e à Rádio Renascença na semana passada de “milagre” o défice do ano passado” e quando instado a comentar, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que “milagres, só em Fátima”.

Hoje, Luís Montenegro disse à Antena 1 que Marcelo Rebelo de Sousa, o Governo e os partidos que o apoiam “foram deselegantes a todos os níveis” com Teodora Cardoso.

No entanto, considerou que essa “não é a atitude padrão de Marcelo Rebelo de Sousa, ao contrário do Governo, do PCP e Bloco de Esquerda que têm o padrão de condicionar e restringir a oposição”.

“Agora o padrão do Governo e dos partidos que o apoiam é de facto diferente, é de querer condicionar, quase restringir, quer a atuação da oposição, quer a atuação de instituições independentes. É intolerável na democracia e não calarei a minha voz nunca”, disse.

Na entrevista, o líder parlamentar disse também que se o executivo de António Costa falhar, é possível encontrar outra solução governativa, sem que seja necessário eleições antecipadas.

“Não é preciso eleições. Dou como garantido que a geringonça se vai aguentar esse tempo todo. Presumo que sim, mas mesmo que não se aguentasse isso não significa per si que tenha de haver eleições antecipadas”, disse Luís Montenegro.

De acordo com o líder parlamentar, o quadro parlamentar permite outros ajustamentos desde que haja vontade política dos partidos”.

“Não estou a dizer que seja isso que vai acontecer, mas é preciso esgotar todas as soluções parlamentares”, sublinhou.

À Antena 1 Luís Montenegro admite também que o PSD ainda pode ganhar as eleições em Lisboa, não avançando nomes, e apesar de reconhecer que "a cada semana que passa (sem candidato) se torna mais difícil".

Na entrevista, o responsável adiantou também que vai apresentar uma proposta de redução de deputados, para 181, para não ser necessária revisão constitucional.

“Ainda não temos uma decisão final. Ainda não sabemos se vai ficar circunscrito aos atuais círculos eleitorais ou se vai haver alguma alteração nesse domínio, nomeadamente uma subdivisão dos grandes círculos, uma aproximação do número de deputados eleitos por círculo diferente da que temos hoje”, sublinhou.

Segundo Luís Montenegro, o modelo que o PSD vai apresentar garante a proporcionalidade.

À Antena 1, o líder da bancada parlamentar do PSD desafiou Rui Rio a avançar no congresso pós-autárquicas em 2018, "se ele assim avaliar".

"É positivo que o PSD possa confrontar quer protagonistas quer projetos, nas alturas certas, que é para o partido não se ficar a queixar das decisões que tomou"”, disse.