“O novo aeroporto vai proporcionar o aumento do turismo fluvial no estuário do Tejo, que hoje tem poucos ou nenhuns barcos. Será um ponto essencial de ligação turística a esta região”, afirmou o autarca no Montijo (distrito de Setúbal), na cerimónia de assinatura do acordo de financiamento de expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa.
Num vídeo exibido após o discurso de Nuno Canta, podia ler-se que a ligação fluvial entre o Cais do Seixalinho, no Montijo, e Lisboa terá uma deslocação de cerca de 25 minutos, enquanto por rodovia demora à volta de 30 minutos.
Para o autarca do Montijo, este é um “dia histórico” para a cidade, para Lisboa e Portugal, por marcar “o início de um novo ciclo de investimento, desenvolvimento e criação de emprego para as pessoas”.
“É o resultado da vontade firme do Governo, das Forças Armadas, municípios e principalmente da ANA - Aeroportos de Portugal”, afirmou.
Nuno Canta espera ainda que acordo assinado hoje seja “a forma de concretizar o novo aeroporto do Montijo”.
O acordo de financiamento do novo aeroporto e de alterações na atual infraestrutura Humberto Delgado, em Lisboa, foi assinado esta tarde entre a ANA - Aeroportos de Portugal e o Estado, na base aérea da Força Aérea do Montijo, que em 2022 deverá estar pronta para o uso civil.
Marcaram presença o primeiro-ministro, António Costa, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, o responsável máximo da Vinci, Xavier Huillard, e o presidente da Vinci Aeroportos, Nicolas Notebaert.
A assinatura ocorreu quando ainda não foi entregue o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) pela ANA.
O acordo vinculativo entre a ANA e o Estado estava previsto para outubro, segundo o calendário do memorando de entendimento, que indicava ainda o final de 2018 para a gestora dos aeroportos entregar os elementos adicionais que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) requereu para o EIA.
No debate partidário sobre a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, o Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) agendou para quinta-feira um debate em plenário da Assembleia da República para discutir a decisão do Governo de construir um aeroporto complementar ao de Lisboa, no Montijo, sem o EIA.
O PSD já tinha feito saber que iria chamar o ministro da Defesa e o chefe do Estado-Maior da Força Aérea Portuguesa (FAP) ao parlamento para prestarem esclarecimentos.
Na semana passada, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, manifestou “enorme perplexidade" pelo facto de o acordo para o novo aeroporto do Montijo ter sido agendado sem ser conhecido um EIA.
Já o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou o Governo de pretender “um apeadeiro” e um “aeroportozinho” no Montijo para “beneficiar um grande grupo económico”, considerando que, “nesta pressa" e "correria, até as questões ambientais vão”.
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