O documento, assinado pelo presidente da Associação de Moradores da Praça das Águas Livres, António Coelho, salienta que o bairro é habitado por crianças, idosos e adultos, cuja vida “está a ser diariamente afetada pelo ruído dos campos de padel do Ginásio Clube Português (CGP), construídos a poucos metros das suas residências”.

“O barulho provocado pela prática desta atividade lúdica não deixa ninguém descansar. O problema é agravado pelo facto de os campos serem utilizados todos os dias das 10:00 até às 23:00”, reforça a petição.

Segundo os moradores, os campos de padel e as respetivas coberturas foram construídos “a pouquíssimos metros do Aqueduto das Águas Livres (Monumento Nacional) e junto ao Bloco das Águas Livres (Monumento de Interesse Público), indubitavelmente dentro da Zona de Proteção destes monumentos”.

“Os impactos visuais são brutais e inqualificáveis. Inclusivamente e sem que nada o justificasse, a construção de dois dos campos de padel levaram à destruição de zonas ajardinadas confinantes com a praça”, criticam ainda.

A petição adianta também que o ginásio pretende construir “um novo edifício com uma volumetria brutal e que mais parece um 'bunker' militar, dada a sua ausência total de preocupação estética e de preocupação mínima de integração com os monumentos circundantes”, que levará para o bairro “mais 3.000 utentes do GCP”, tornando “o estacionamento ainda mais caótico do que já é atualmente".

De acordo com os residentes, apesar das inúmeras queixas feitas à Câmara Municipal de Lisboa, liderada por Fernando Medina (PS), e à Polícia Municipal, “até agora nenhum dos problemas que afetam os moradores foram resolvidos, nem sequer as preocupações dos moradores em relação à construção do novo edifício estão salvaguardadas”.

Os moradores pretendem a reposição dos espaços verdes destruídos, assim como do seu direito ao descanso, e a regulamentação da prática do padel junto das habitações.

Questionada pela agência Lusa, fonte oficial da autarquia disse que deu entrada um Pedido de Informação Prévia para a expansão do ginásio, que ainda se encontra em fase de apreciação, acrescentando que o município vai propor medidas de minimização do ruído a serem aplicadas pelo GCP.