“O processo de descentralização em curso revela a falta de vontade política do PS em que ele fosse bem-sucedido, estou mesmo convencido que não se trata apenas de incompetência. Eu acho verdadeiramente que o PS e este Governo nunca quis levar a sério a descentralização”, afirmou o antigo vice-presidente do PSD, na quarta-feira à noite, perante militantes em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto.
Num encontro que durou mais de duas horas, o social-democrata reforçou que o Governo quis de “forma deliberada” que a descentralização, atualmente em curso, não funcionasse.
Na sua opinião, há muitas dimensões do Estado Central que podiam estar delegadas nos municípios, em organizações da sociedade civil e no setor social.
“Parece-me evidente que o PS nunca quis levar a sério este processo e contribuiu para uma descrença das pessoas na descentralização”, vincou.
Moreira da Silva revelou que muitos autarcas lhe têm dito que o PS não entregou competências, mas sim problemas porque os recursos associados a essas são insuficientes.
O candidato à liderança do PSD, que abordou esta questão quando questionado sobre a regionalização, considerou que o PS vai apresentando a ideia da regionalização “na justa medida em que vai fracassando na descentralização”.
Neste momento, o social-democrata entendeu ser mais prudente e relevante levar “até ao limite das possibilidades” o reforço de competências dos municípios.
Em contrapartida, sublinhou, a regionalização não é o tema “mais urgente” porque ainda divide o país.
Mas, quando essa questão for colocada deverá sê-la através da realização de um referendo, opinou.
O antigo vice-presidente do PSD, que se mostrou confiante na vitória, frisou que o partido “não pode falhar a Portugal”, motivo pelo qual precisa de se “refundar”.
Salientando que estar na oposição é uma oportunidade e não uma fatalidade, Moreira da Silva entendeu que é o momento adequado para o PSD corrigir problemas de natureza estrutural.
As eleições diretas no PSD realizam-se no sábado e o congresso do partido está agendado para entre 1 e 3 de julho, no Porto.
Comentários